sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Ritual


NOTA: 3


Ontem fui assistir O Ritual e confesso que chorei muito...muito mesmo. Chorei porque nunca mais vou recuperar as duas horas da minha vida que joguei fora vendo essa droga.

Resumindo minha impressão numa frase: Nem mesmo o filme se leva a sério!

O Ritual conta a história de Mathews, um jovem que entra para o seminário sem nenhum interesse na vida eclesiástica, apenas buscando fugir do convívio com seu pai. Quatro anos mais tarde, quando decide largar a batina é chantageado a participar de um curso sobre exorcismo no Vaticano. Cético ao extremo em relação ao fenômeno da possessão dos demônios sobre o homem e seu rito de salvação, Mathew instruído a conhecer o Padre Lucas, um exorcista veterano nada convencional em seus métodos. A partir daí seu ceticismo acaba sendo posto a prova.

Pra começar, ao longo de todo o filme há um vício irritante do diretor Mikael Hafström de toda hora utilizar da trilha sonora para nos preparar para um cena medonha nunca acontece e é sempre interrompida sem o menor por quê.

A Alice Braga faz sua pior atuação com uma personagem que não tem nenhuma função na narrativa. Com ou sem ela a história seria exatamente a mesma. E confesso que não entendi que consolo traria conhecer um exorcista para aliviar sua pressão de ter que conviver com o peso de ter abandonado seu irmão à morte numa pouco provável possessão. Talvez o Padre Lucas além de exorcista tenha o poder de devolver a vida aos mortos.

E por falar nele, Anthony Hopkins também é lamentável em sua interpretação, dando sempre respostas secas sem nenhum embasamento aos constantes questionamentos de Mathew sobre a veracidade do exorcismo que não esclarecem nada a ninguém.

Mas o que mais me chamou a atenção é como o diretor parecia estar perdido em suas reais intenções.

É evidente que ele quis reforçar a imagem católica com o poder dos exorcistas e de como os demônios ainda estão presentes em nossa vida. Desnecessário dizer que não seria isso que converteria espectadores de cinema em fiéis. Mikael apenas quis dar veracidade a um assunto que volta e meia vem a tona, principalmente nos cinemas. Mas o modo como executa toda a sua obra, deixa claro que ele não sabia fazer tal coisa.

A começar pela chantagem ridícula que obriga Mathew a entrar para o curso, mesmo este se mostrando claramente desinteressado pela fé. Depois, no seu primeiro encontro com Lucas, no exorcismo de uma adolescente grávida, quando finalmente Mikael conseguia conferir alguma credibilidade às suas intenções, ele preferiu ser 'engraçadinho' e fazer com que o celular do Padre Lucas tocasse durante o ritual (onde o toque era o tema de Beleza Americana). Mas essa cena catastrófica não termina aí, pois Lucas por incrível que pareça atende ao telefone e pra piorar manda Mathew que nunca viu um exorcismo dar seqüência ao processo. Ridículo.

Não mais ridículo do que o modo como Mathew sempre cético e muito coerente e incisivo em seus questionamentos às práticas católicas sobre o assunto de possessão é instantaneamente levado a mudar de idéia num momento de fraqueza recheado de alucinações pífias. Era o único personagem interessante até então.

Não pretendo me estender muito num filme patético como esse, que começa e termina do mesmo modo: sem nenhum propósito e coerência. Não façam como eu, aproveitem melhor seu tempo.


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