segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eclipse - um sucesso entre aspas

por Lucas Rolim

Bom, eu nunca li qualquer um dos livros de Stephenie Meyer da “saga” Crepúsculo e a cada filme que é lançado o meu desinteresse e antipatia por eles só faz crescer.

No terceiro episódio da saga, Eclipse, voltamos a cidade de Forks onde Bella ainda convive com o eterno dilema de sua vida: ficar com Edward ou Jacob; ser vampira ou não. Além da perseguição da vampira Victória que deseja vingança, criando um exército para destruí-la.
Baseado no que eu vi nos dois filmes anteriores e nesse minha opinião de uma maneira geral sobre a “saga” continua sendo a mesma: se colocássemos um vampiro e um lobisomem entre os personagens da novela Malhação teríamos Crepúsculo todo o dia durante todo ano.


E não é difícil chegar a essa conclusão: um triângulo amoroso adolescente onde todos os problemas do mundo se resumem em por quem Bella é mais apaixonada. Ela gosta um pouco mais de Edward, mas não abre mão de Jacob, e os dois a disputam o tempo todo. Todos os demais personagens parecem viver única e exclusivamente em função de Bella. Onde foi que vi isso mesmo? Ah! Já sei: Malhação.

Além disso, a “saga” como um todo é uma das coisas mais machistas já feitas no cinema que já vi, onde uma adolescente com claros sinais de depressão abandona família, escola, amigos e abre mão da própria vida para fazer as vontades de um vampiro do qual tenho sérias dúvidas, protagonizando um diálogo com Jacob numa barraca a la O Segredo de Brokeback Mountain.

Fora isso, parece que Meyer jamais leu algum livro de valor sobre vampiros antes de compor sua “obra”, como o precursor deles, O Drácula de Bram Stocker ou qualquer livro de Anne Rice, pois o universo que ela criou nem de longe se compara aos vampiros medonhos e interessantes destes, carregando o medo junto ao seu charme. Ao contrário, os seus estão mais para fadas da Disney. A artificialidade é tamanha que a temperatura do corpo e o cheiro das “criaturas” servem para justificar boa parte das ações do filme, como na cena ridícula que Jacob carrega Bella no colo montanha acima para disfarçar seu cheiro dos vampiros que estão chegando.
E é igualmente ridícula e pouco criativa a justificativa de que os Recém-Criados são mais fortes que os vampiros da “velha guarda” porque possuem sangue humano nas veias. Ora, se os vampiros naturalmente são mais fortes que os humanos, seu sangue naturalmente também é.

As atuações de um modo geral são muito precárias, em especial a de Kristen Stewart. Um colega crítico escreveu e eu assino embaixo que sua Bella é tão inexpressiva e sem graça, incapaz de esboçar um sorriso sequer que seria facilmente substituída pelo José Serra de peruca. O mesmo se aplica a Robert Pattinson; as coisas melhoram um pouco – mas bem pouco mesmo – com Taylor Lautner.


O roteiro de Melissa Rosenberg também se torna extenso e cansativo, onde boa parte da trama envolve os diálogos de Bella com seus dois pretendentes e a sua indecisão sempre chegando ao mesmo lugar em que começou. Por diversas vezes a batalha com os Recém-Criados é deixada de lado em função disso. O filme comportaria facilmente 90 minutos para contar a mesma história. Sem contar nos detalhes pífios inseridos apenas para virar gíria de adolescente, como a palavra do universo dos Quileutes: “Imprinting”.

David Slade (que também dirigiu o igualmente desastroso 30 Dias de Noite ) peca nos efeitos especiais do filme, tão caros ao cinema atual especialmente ao público pretendido. Há dois momentos onde a sua precariedade é evidente: na perseguição dos Cullen à Victória no início do filme; e principalmente na transformação dos lobisomens que, diferente de Benício Del Toro em O Lobisomem (2010), parecem ter entrado na era da globalização indo de homem a lobo numa velocidade relâmpago.

Mas mesmo que os efeitos especiais fossem perfeitos não mudaria muita coisa numa trama medíocre que questiona constantemente a inteligência do espectador. Os fãs da “saga” que me perdoem, mas por mais que tenha tentado foi impossível encontrar uma coisa boa sequer nos três filmes, além dos créditos finais. E pra quem duvida do que eu estou falando recomendo dois filmes sobre vampiro em que o leitor poderá comparar com Eclipse e tirar suas próprias conclusões: Entrevista com Vampiro (1995) e Drácula de Bram Stocker (2000).

Tomara que a moda Crepúsculo passe logo e que dias, livros e filmes melhores venham por aí...Tomara.

NOTA: 2

CONFIRA O TRAILER (legendado)

2 comentários:

Anônimo disse...

esse filme foi melho que crepusculo e lua nova.
já estou esperando amanhecer

lucia disse...

adorrei o filme , o triangulo amoroso a disputa pelo amor da Bela ,nossa é perfeito os inimigos (o vampiro e o lobo) se unem pelo amor de uma mortal.