terça-feira, 19 de junho de 2012

Madagascar 3 - Os Procurados

NOTA: 5

Vendo a terceira sequencia de Madagascar percebi que a trilogia é uma espécie de mito da caverna às avessas. Se na parábola de Platão aqueles que na ignorância julgavam sua morada, a caverna, o melhor lugar pra viver e quando finalmente descobrem sua saída tem a prova de que o mundo lá fora é muito melhor, na história do leão Alex quanto melhor fica o mundo longe do zoológico de Nova Iorque, mais  vontade ele tem de voltar pra lá.

Em Madagascar 3 – Os Procurados, Alex, Marty, Melman e Gloria tentam novamente retornar ao zoológico nova iorquino. Numa pausa feita na Europa, eles passam a ser caçados pela cruel capitã francesa DuBois e para fugirem se misturam a uma trupe circense que coincidentemente estava à caminho da América, fingindo serem artistas e se colocando numa situação onde ficam na corda bamba entre fugir e não serem desmascarados pelos novos amigos.

Com os três filmes escritos e dirigidos por Eric Darnell, chega a ser triste ver o diretor recorrer sempre ao mesmo tema pra conseguir criar uma história. Mas nesse caso fica ainda pior, pois em Madagascar 2 o reencontro com a família e a vida na savana tinham se tornado satisfatórios para Alex, mas no início de Os Procurados ele parece simplesmente se esquecer de tudo isso e seus pais sequer são citados.

E se antes personagens secundários como o Rei Julien garantiam grandes gargalhadas com suas falas e gags, aqui ele e os demais servem apenas para tapar buracos da história e em poucos momentos tem alguma graça ou ajudam a narrativa fluir. 

Porém, numa série extremamente dependente de seus cenários (a ilha de Madagascar no 1, a savana africana no 2), a equipe de direção de arte de Shannon Jeffries é feliz mais uma vez em reconstruir digitalmente grandes locações com uma qualidade e detalhamento impecáveis, especialmente em Mônaco, onde até o famoso túnel das corridas de fórmula 1 é apresentado.

E se a direção de Eric Dernell é fraca pela falta de criatividade no seu roteiro, o excesso dela na cena da apresentação do circo traz um momento belíssimo que mesmo inverossímil até mesmo para uma animação, mostra em alguns minutos toda a magia que o cinema pode criar. A melhor cena do filme e sem dúvida uma das mais memoráveis do ano.

E por fim, a trilha sonora do mestre Hans Zimmer (A Origem, Sherlock Holmes 2) vem com uma seleção de músicas impecável, especialmente na cena citada acima, acompanhada da canção Fireworks da Kate Perry, tornando aquele momento ainda mais emocionante.

O terceiro Madagascar vem pra mostrar que franquia vem perdendo seu fôlego e que a não ser que sofra uma mudança radical em sua direção e roteiro, uma possível sequencia só virá para enfraquecer uma série que começou dourada, mas vem se desgastando. Hora de sair da caverna e nem cogitar retornar.

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