NOTA: 10
Em 1981 Steven Spielberg e
George Lucas fizeram uma das parcerias mais promissoras do cinema que resultou
em nada mais, nada menos do que a trilogia Indiana Jones, uma produção
lucrativa que rendeu 4 filmes, série de TV, além de eternizar o professor e aventureiro
nas horas vagas vivido por Harrison Ford. Eis que mais de 30 anos depois,
Spielberg, um exímio contador de histórias encontra um novo parceiro que se
julgar pelo primeiro filme da dupla, As Aventuras de Tintim, promete ser tão
promissora quanto a formada décadas atrás. Estou falando de Peter Jackson,
diretor que “só” dirigiu a trilogia O Senhor dos Anéis, o remake de King Kong e
lançará neste ano O Hobbit.
Numa Europa pós-guerra,
Tintim é um jovem e promissor repórter que certa manhã se depara numa feira com
uma réplica de uma antiga caravela, o Licorne. Assim que arremata a peça, outro
homem, Sakharim, o pressiona sem sucesso, a vendê-la a qualquer preço.
Intrigado com a persistência do homem, Tintim decide investigar o que há de tão
interessante no Licorne e descobre que ele contém um mistério que o levará a um
capitão alcoólatra, um tesouro escondido e acima de tudo muitas aventuras.
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E a qualidade incrível de
sua animação, baseada na captação de movimentos de pessoas reais, não seria tão
bem sucedida se não fosse o trabalho de quem praticamente inventou essa
tecnologia ao conceber a criatura Sméagol em O Senhor dos Anéis. Sim, estou
falando de Peter Jackson que conseguiu com essa técnica aproximar do público
jovem uma história que sempre possuiu uma trama bem complexa, sem deixar de
agradar os mais velhos e nostálgicos que acompanhavam desde cedo o herói nos
quadrinhos e na TV. Nunca vi tamanha perfeição e riqueza de detalhes numa
animação. Até mesmo a mudança na cor da pele do Capitão Haddock é percebida
quando ele se enfurece. E Peter parecia querer se desafiar o tempo todo,
criando situações tecnicamente difíceis de conceber, como a cena de abertura
onde Tintim é revelado através de uma série de espelhos posicionados em ângulos
diferentes ou pouco depois onde ele é visto através de uma lupa.
Mas o mérito principal é
mesmo de Steven Spielberg que vinha da direção razoável de Cavalo de Guerra
para proporcionar um verdadeiro espetáculo de estilo, criatividade e
originalidade. Tintim se mantém num ritmo constante de aventura e ação onde
numa piscada de olhos mais longa se perde muito do filme. Com isso, ele se
aproxima e rejuvenesce a saga Indiana Jones, e atrevo dizer que tem tudo para
repetir seu sucesso. Além disso, propõe soluções de extrema criatividade para
diversas cenas e evita cair nas mesmos clichês, como na batalha entre duas
caravelas onde uma literalmente salta sobre a outra. Ou na cena onde ele
resgata uma outra personagem dos quadrinhos, a Madame Castafiore, para numa
apresentação de canto lírico conseguir com sua voz aguda quebrar um vidro a
prova de balas que guardava uma preciosa relíquia.
Constantemente eu critico
sequencias, mas em As Aventuras de Tintim saí do cinema muito ansioso para ver
o herói num novo filme. A reunião de dois gênios como Spielberg e Jackson
conseguem proporcionar não só esse desejo, mas também todo o encanto e magia
que só o cinema consegue oferecer. O maior beneficiado é o público que ganha a
oportunidade de ver uma adaptação de uma obra já excelente nos quadrinhos se
manter nesse padrão nas telas.
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