quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Amanhecer - Parte 1


NOTA:1

E o pesadelo continua! Não, não estou me referindo a luta entre vampiros e lobisomens, é simplesmente ao fato de saber que ainda teremos mais um filme da “saga” Crepúsculo, aquele triângulo amoroso fabuloso entre um vampiro afeminado, uma garota depressiva e um lobisomem com muito músculo e pouco cérebro. Chega a ser um caso de estudo entender como algo tão ruim, tão depreciativo consiga se tornar um sucesso.

Na primeira parte do último episódio da “saga” (virou moda dividir filmes), Bella (Kristen Stewart) e Edward (Robert Pattinson) enfim se casam e vão passar a lua de mel no Rio de Janeiro. Após sua noite de núpcias, Bella descobre estar grávida de um ser desconhecido e que se desenvolve em tempo recorde, drenando todas as energias da mãe que fica à beira da morte. Os lobisomens, ao saber da notícia decidem matar Bella e o ser que ela carrega no ventre, temendo que este possa se tornar uma ameaça a todos no futuro.

Como sempre, o principal de todos os defeitos da “saga” é seu roteiro extremamente pobre, pouquíssimo imaginativo (chegando a soar estúpido às vezes) e que inventa situações medíocres para prolongar sua história. Vamos por partes. Qual a lógica na cena em que Bella acorda sozinha na casa da lua de mel e encontra o bilhete de Edward que dentre outras coisas diz: “Volto antes de você acordar”? Pra quê o bilhete então?

Stephenie Meyer quando escreveu a “saga” defendeu que seu objetivo era resgatar nos jovens valores como o amor puro e a virgindade, e ela levou bem a sério isso, pois logo após a tão aguardada primeira vez de Bella, a personagem acorda machucada e repleta de hematomas. É...realmente a geração Crepúsculo passará a pensar muito sobre o assunto daqui pra frente. Sem contar no verdadeiro caso de polícia que é essa agressividade de Edward nas núpcias, justificada com algo do tipo “eu avisei que ia ser assim” à sua esposa. Que belo exemplo! Existe Lei Maria da Penha no cinema? Sem contar com a Bella tomando um “milk-shake” sabor sangue que com certeza vai entrar para a história das cenas mais patéticas do cinema. Se eu for citar tudo de ruim do roteiro vou precisar de páginas e mais páginas aqui.

Mas para encerrar essa parte, ano passado quando escrevi sobre Eclipse, discuti sobre um termo que parecia ter sido inventado por Meyer apenas para virar gíria dentre os adolescentes: imprinting (que é basicamente amor a primeira vista), algo que existe no universo dos lobisomens. Esse termo foi apenas citado algumas vezes no filme anterior, mas nesse vem como algo extremamente importante para o andamento da narrativa e consegue estragar de modo injustificável o clímax dessa primeira parte de Amanhecer, no combate entre vampiros e lobisomens.


Deixando o roteiro de lado, a “saga” Crepúsculo já conta com seu 4º diretor (Bill Condon) e mesmo sendo uma produção milionária com recursos de sobra para fazer qualquer coisa, Amanhecer continua esbarrando nos mesmos problemas técnicos que seus antecessores, contando com uma maquiagem muito carregada, artificial e ruim dos vampiros e os terríveis efeitos especiais empregados na concepção dos lobisomens num trabalho verdadeiramente amador. Mas há uma exceção nos dois casos: Bella, que quando debilitada pela gravidez conta com uma maquiagem bastante convincente e mesmo pode ser dito dos efeitos empregados na sua aparência física esquelética.

Outro problema antigo, mas esse irreparável é a reunião do pior elenco de um filme teen já produzido. Robert Pattinson continua interpretando o mesmo personagem apático e afeminado, do qual parece que ninguém nota seu machismo com Bella. Lautner desistiu de atuar e entregou seu personagem aos seus músculos. E Kristen Stewart...bom essa sim parece se sair bem de certa forma, uma vez que teve nos quatro filmes a mesma cara doentia e sem emoção , nesse episódio pelo menos sua debilidade física justificam essa expressão. O melhor do filme inteiro (e o que garantiu seu único ponto na nota) é Bill Burke na sua cena que como policial e pai dá o seu recado sarcástico e bem humorado ao casal recém-formado, em especial, em sua cerimônia.

Eu não costumo dizer pra ninguém pra assistir ou não um filme porque este é ou não é bom, acredito que cada pessoa tem seu modo de pensar e cada um é quem deve avaliar o que assiste, mas dessa vez me vejo obrigado a fazer uma exceção e com certeza NÃO recomendo a ninguém assistir não só o Amanhecer – Parte1, como todos os seus antecessores e o próximo que virá, pois são uma perda de tempo e um exercício de péssimo gosto, denegrindo o status de arte que o cinema possui. Ao invés disso, vá ler um bom livro (o que definitivamente exclui a “saga” Crepúsculo).

CONFIRA O TRAILER

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