sábado, 13 de novembro de 2010

Atividade Paranormal 2


NOTA: 4

Não faz tanto tempo assim, Atividade Paranormal chegou aos cinemas e de cara se tornou um sucesso no mundo todo e revolucionário sobre vários aspectos como seu baixíssimo orçamento, bilheteria escandalosamente alta, sua câmera subjetiva, a originalidade de seu roteiro e uma linguagem adotada que a meu ver é a melhor para o gênero terror: nada é mostrado, tudo é sugerido, cabendo a nós criar a trama.

Sem dúvida, o filme de Oren Peli se consagrou como uma obra-prima da sétima arte. E dizem que uma obra-prima não deve ser tocada. Entrementes, com seu histórico nas bilheterias era mais do que evidente que mais hora, menos hora teríamos uma sequencia. E veio mais rápido do que se esperava.

Pois é, mas não é que o feitiço virou contra o feiticeiro. O que fez do primeiro longa tão original foi repetido no segundo e se tornou cansativo, óbvio e totalmente previsível. Até porque essa nova história basicamente tem o mesmo roteiro que a primeira, inclusive acontecendo na mesma família, porém ocorre num alguns meses antes dos acontecimentos do primeiro filme.

Agora, conhecemos Kristi, irmã de Kate e que acaba de ter um bebê com Daniel. Acompanhamos suas vidas a partir do momento em que chegam à nova casa num bairro de classe média alta. Após alguns dias morando no local, a família se depara certo dia com a casa toda revirada, com móveis e eletrônicos quebrados, porém sem nenhum furto. Crendo terem sido vítimas de um ato de vandalismo, eles instalam câmeras de circuito interno por toda a casa e é a partir delas que acompanhamos a rotina da família e percebemos que coisas estranhas e assustadoras acontecem no local.

Os sustos são os mesmos. Na verdade acho que fica tudo piorado porque as cenas que antes assustavam exatamente pela velocidade relâmpago e imprevisibilidade que aconteciam, agora são estendidas a ponto de até nos adaptarmos a elas e esquecê-las, como quando Kristi é arrastada pela escada várias vezes.
E até mesmo a tentativa de explicar o motivo desse demônio assombrar a família de Kristi soa forçado e se torna desnecessário (e eu nem vou comentar o ritual pra se livrar dele porque é ridículo) uma vez que ninguém precisou dela para apreciar o primeiro filme.
Os atores ajudam a construir uma narrativa mais eficiente agindo como devem agir: pessoas comuns no seu cotidiano que nem sempre é tão empolgante. E mais uma vez, embora este recurso vem começando a se tornar viciado, a câmera subjetiva dá seu peso na construção da narrativa.


A meu ver, realmente a grande falha de Atividade Paranormal 2 é mesmo seu roteiro preguiçoso e pouco criativo. A dificuldade de criar coisas novas foi tanta que pra conseguir fazer com que o filme rendesse 90 minutos foi preciso espaçar e muito uma cena de susto da outra, não gerando nenhuma tensão no espectador, ao contrário, conseguiu gerar apenas tédio em algumas oportunidades.

Talvez de ego inflado com seu primeiro sucesso, Oren Peli acreditou que era só repetir a mesma fórmula para repetir seu sucesso. Uma pena! Espero que tenha aprendido a lição para uma próxima oportunidade, pois o que está feito, está feito!


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