sábado, 14 de agosto de 2010

A Origem – Uma incrível viagem ao mundo dos sonhos



Avatar vai perder espaço nas rodas de discussão de cinema. Isso porque acaba de estrear A Origem, o novo filme de Cristopher Nolan, que promete ser a sensação dos próximos meses. Um filme complexo, mas igualmente empolgante que não caberia numa crítica tudo a ser dito ao seu respeito.

No longa, Cobb é o líder de um grupo que possui a habilidade de invadir os sonhos de qualquer pessoa para extrair informações, uma atividade ilegal e com fins empresariais. Após fracassar com uma de suas vítimas, o empresário bilionário Saito, o mesmo o contrata para fazer o trabalho oposto e muito mais difícil: inserir uma informação nos sonhos de um concorrente seu para que este dividisse a empresa recém-herdada do pai. Instigado pela recompensa (que não revelarei aqui) Cobb aceita e recruta uma equipe para realizar a tarefa.

Escrito e dirigido por Nolan, A Origem leva o espectador numa incrível viagem ao mundo dos sonhos sem nada mirabolante, sendo até difícil diferenciar em dados momentos o que é sonho e o que é real. Aliás esse é um drama em que vive alguns dos personagens da narrativa como a misteriosa Mal. E embora essa semelhança entre sonho/real tenha incomodado alguns críticos, creio ter sido uma decisão acertada do diretor, pois assim ele evita com que o filme fique carregado de exageros e impossibilidades, além de muito mais difícil de se compreender.


Seu roteiro é impecável. Nada fica muito mastigado ao espectador nos obrigando a pensar bastante pra compreender todo o filme. E não é demérito nenhum de quem assistiu ter ficado cheio de dúvidas. Afinal, A Origem é realmente muito complexo e foi feito para ser visto mais de uma vez. E o que há de mais fantástico no roteiro é a relação entre sonho/realidade estabelecida por Nolan. Tudo o que acontece no mundo externo enquanto o sonhador está dormindo afeta diretamente seus sonhos, como na cena onde um dos membros da equipe é atingido por gotas d’água e imediatamente começa a chover em seu sonho.


Interessante também é como ele deixa claro ao espectador o quanto é difícil para a equipe de Cobb realizar seu trabalho: invadir sonhos requer uma série de profissionais nas mais diferentes especialidades como um químico, arquiteto, falsificador, além de alguma tecnologia. Assim, não fica uma idéia de que tudo aquilo acontece como num passe de mágica, quase um deus ex machina, mas sim que exige um planejamento meticuloso para que tudo dê certo.


Os efeitos especiais são uma marca registrada de A Origem. São magníficos em todos os seus aspectos e alguns são impossíveis de se reproduzir de outra forma que não seja em imagens. Nolan acertadamente opta por usá-los apenas o quanto são necessários, não dando espaços a exageros e pieguices. A cena de uma cidade inteira sendo literalmente dobrada ao meio é completamente fora de sério, assim também são algumas das cenas de ação.




E é realmente muito satisfatório não só para o público que pagou o ingresso, como também a toda uma equipe empenhada em fazer um bom filme, trabalhar com um elenco onde todos foram absolutamente impecáveis em suas atuações. Leonardo Di Caprio mais do que nunca se firma como um excelente ator (a ver pelo melhor filme do ano: A Ilha do Medo) e não mais um refém da vaidade. Marion Cotilard embora apareça pouco é sempre intensa, sem contar que é um prazer vê-la em cena, pois além de uma grande atriz é a mulher mais linda do mundo na minha singela opinião. Rasgo elogios também para Ellen Page, Tom Hardy, Ken Watanabe e todos que abrilhantaram a narrativa com suas atuações.

Cristopher Nolan mais uma vez se mostrou um dos melhores diretores de sua geração, incluindo mais um sucesso a sua lista já espetacular de filmes (O Grande Truque, Batman: O Cavaleiro das Trevas). Agora ele nos presenteia com um filme, cujo final fará com certeza que todos saiam discutindo da sala de cinema. Pintou o primeiro candidato ao Oscar 2011.

NOTA: 10 (pra não dizer 11)
CONFIRA O TRAILER (LEGENDADO)




Um comentário:

ber disse...

Realmente instigante. Minha próxima ida ao cinema ja tem destino certo.
abs