NOTA: 10
Adoro filmes de zumbis! E talvez o que mais me motive é ver
um subgênero que tem tudo para ser repetitivo, vir constantemente se renovando.
Das criaturas lentas de Dario Argento aos alucinados de Danny Boyle, não demora
muito para o estilo se reinventar. E é o que acontece com maestria em Guerra
Mundial Z, dirigido por Marc Foster, que combina drama, ação e suspense num
mundo tomado por zumbis.
Em Guerra Mundial Z, após o mundo ser tomado por uma
infecção que transformou a maior parte de seus habitantes em zumbis, Gerry
Lane, um ex-agente da ONU, é chamado de volta para escoltar um cientista na
busca por uma cura. Quando este morre, cabe a Gerry viajar pelo mundo para
descobrir ele mesmo uma maneira de por um fim a epidemia e salvar sua família.
Guerra Z (como vou chamar a partir de agora) é um daqueles
filmes que não deixa desgrudar os olhos da tela. Já nos primeiros 10 minutos,
somos atirados a uma cidade completamente tomada por zumbis, obrigando a pacata
família Lane a entrar numa fuga tensa e alucinante para serem resgatados. E me
impressionou muito como esses primeiros minutos movimentados já nos esclarecem
de forma sutil muitos aspectos importantes da narrativa: os créditos iniciais
que mostram a epidemia se manifestando a partir de eventos aparentemente
isolados; a astúcia e agilidade do protagonista, Gerry, diante daqueles
eventos, mostrando que ele é muito mais do que um mero pai de família e por
fim, os zumbis mais originais que já vi no cinema, com um ímpeto assustador
para atacar os humanos, se atirando de cabeça em veículos e até saltando de
prédios.
O uso do CGI para concebê-las na maior parte da história
garantem cenas memoráveis, em especial a pirâmide de zumbis em Israel e o modo
como eles se atiravam lá do alto e já se levantavam prontos para o ataque. A
tecnologia foi tão bem empregada no filme que em poucos momentos percebemos que
são digitalizadas, bem diferente dos seres extremamente artificiais de Eu Sou a
Lenda.
O roteiro de Guerra Z (adaptado do livro homônimo de Max
Brooks) não deixa a narrativa esfriar nunca, fazendo com que sempre uma ação
leve a outra. E quando a ações caminhava pra ficar excessiva, chegamos à cena
do laboratório, onde a história se torna um suspense tenso e imprevisível. Além
de um desfecho muito inteligente e que foge por completo do convencional.
E por fim, mesmo com tantas qualidades, Guerra Z não seria
tão bom se não fosse a excelente atuação de Brad Pitt que faz uma boa mescla
entre o carismático pai de família que para protege-la não pensa duas vezes em
se sacrificar, no parapeito de um prédio, quando acreditava ter sido
contaminado, com a do agente com uma hábil agilidade de raciocínio, rapidamente
decifrando todo o cenário a sua volta, como a rapidez com que descobre o tempo
em que os humanos mordidos levam pra se transformarem e a ligação dos fatos que
o leva a encontrar uma solução para o problema zumbi.
Acertando em todos os quesitos, Guerra Mundial Z consegue
ser um filme inteligente e empolgante do primeiro ao último minuto, com um
roteiro bastante original, que foge por completo da pieguice de seres
rastejantes e comedores de cérebro. Vale a pena conferir esse que já é um dos
melhores filmes do ano.
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