terça-feira, 25 de junho de 2013

Depois da Terra


NOTA: 5

Assistindo aos primeiros minutos de Depois da Terra, imaginava que veria um grande filme, com uma excelente mensagem sobre como nossas atitudes degradantes com nosso planeta podem ter consequências drásticas, como a impossibilidade de até mesmo continuarmos a viver aqui. Mas bastaram poucos minutos para perceber que essa rápida introdução servia apenas como mero pano de fundo, preparando terreno para um filme monótono que promete muito e entrega pouco.

Em Depois da Terra, após tanta destruição em nosso planeta a humanidade é obrigada a deixa-lo e viver em um novo, chamado Nova Prime. Mesmo se mudando há mil anos, os humanos são assolados constantemente por ataques de criaturas alienígenas chamadas Ursas, seres cegos que nos detectam farejando nosso medo. Cypher Raige (Will Smith) é um Fantasma, um soldado que não sente medo e por consequência não é rastreado por essa ameaça. Numa missão espacial com seu filho. o indulgente Kitai, sua nave é atingida por uma chuva de asteroides e pai e filho são atirados ao pior planeta do universo, a Terra, onde tudo que a habita é uma ameaça à vida humana. Ferido, Cypher tem que deixar de lado sua relação tempestuosa com o filho, coordenando e contando com sua determinação para protege-los e manda-los pra casa.


Com uma sinopse, trailer e uma abertura que prometem, Depois da Terra se resume a exatamente isso, uma promessa. Com um roteiro fraco, uma direção ruim e um protagonista que tem como principal talento ser filho do Will Smith, o filme não empolga em nenhuma cena. Quando chegam a Terra e Kitai sai em missão, seu pai o alerta de que tudo naquele planeta existe para mata-los, mas os que vemos é uma meia dúzia de animais em CGI que pouco se mostram como uma ameaça real. Além disso, há tão pouca ação no roteiro que é necessário inventar obstáculos, como as cápsulas de oxigênio que Kitai deve tomar e que obviamente estão escassas em sua missão. Que dúvida!

Além disso, seu roteiro (adaptado do livro homônimo) possui tantas falhas que me pergunto se em algum momento ele passou por alguma revisão antes de ser filmado. Em nenhum momento se explica como conseguimos evoluir tão rápido num planeta deserto e sendo constantemente massacrados pelas ursas. Também não fica muito clara a real função do papel da filha de Cyphe, Senshi, na vida dele e seu filho. Sugerem que sua morte seja a razão do conflito entre ambos, no entanto ela recebia o mesmo tratamento frio do pai que seu irmão. Difícil acreditar que esta seria a mesma a razão. Aliás, é difícil acreditar que muita coisa realmente acontece no filme, como desperdiçar uma das poucas cenas onde há alguma carga emocional (aquela em que uma ave dá sua vida para proteger Kitai) com um reação apática do personagem, que teoricamente é o oposto do pai, diante do fato.


E Will Smith parece ter recebido uma aplicação recorde de botox no rosto, pois sustenta exatamente a mesma expressão do início ao fim do filme. Uma coisa é não sentir medo, a outra é não ser dotado de nenhuma emoção. Admito que no primeiro ato sua postura é muito interessante. A calma do personagem diante do colapso de sua nave em meio à tempestade de asteroides é um show de atuação. Mas daí pra frente, o interessante se torna entediante até o fim da estória.


Com uma produção que promete muito e entrega pouco, M. Night Shyamalan mais uma vez parece mostrar que vem perdendo a mão em seus filmes, colecionando fracassos em seus recentes trabalhos, ao menos no que diz respeito à qualidade. A expectativa é que as prováveis sequencias de Depois da Terra sejam mais interessantes, pois material pra isso existe.

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