NOTA: 10
SINOPSE: Em Universidade Monstros conhecemos o passado
daqueles que formaram a melhor dupla de assustadores da Mundo S.A., os
inseparáveis Wazowski e Sullivan. Mas diferente do que se esperava, os dois se
detestavam na juventude. Certo dia numa briga, o jovem nerd Wazowski e o
arrogante Sullivan são expulsos da faculdade de susto e tem como única
oportunidade de retorno vencerem um concurso de melhor assustador, o Jogo do Susto. Para isso, a
dupla é obrigada a se unir com uma equipe de monstros um tanto desastrados para
juntos ganharem o torneio.
Essa com certeza é a crítica que me dá mais satisfação em
escrever neste ano. Isso porque depois de assistir os últimos dois filmes
patéticos da Pixar (Carros 2 e Valente) e passar a duvidar da sua antes
inabalável habilidade em contar histórias, vi o estúdio retomar a mão e trazer
às telas mais uma obra-prima para sua coleção de sucessos. Um feito ainda maior
se levar em conta que Universidade Monstros é um prólogo de um filme já
bastante conhecido do estúdio, Monstros S.A., o que supostamente comprometeria
boa parte do seu roteiro. Mas isso tudo é bobagem! Embora com um desfecho já
esperado, Universidade Monstros surpreende e muito no modo como junta as pontas
dos dois filmes, com tramas e subtramas muito ricas e criativas num trabalho de
mestre do trio de roteiristas Dan Scanlon, Daniel Gerson e Robert L. Baird.
A começar pela dupla de protagonistas Wazowski e Sullivan.
Se imaginávamos que eles sempre foram amigos desde que se conheceram, nos
surpreendemos em ver que na verdade eram rivais ferrenhos, só juntando suas
forças (e construindo um forte laço de amizade) diante de uma punição que se
aplicava a ambos, sua expulsão. Indo mais além na surpresa, quando somos
apresentados ao colega de quarto de Wazowski, descobrimos que seu grande amigo
na verdade é aquele que se tornaria seu maior rival no futuro, Randy. E falando
em Randy, me agradou muito o motivo dado para um cara carismático como ele é
nessa hsotória se tornar num ser de extrema maldade, num acontecimento tão
insignificante que fica claro o porque Sullivan e Wazowski nutrem certa
indiferença ao personagem no futuro, desconhecendo sua vilania.
E o melhor pra mim é a forma convincente e reconfortante dada
ao espectador sobre o destino de Wazowski. Durante toda a narrativa me chateava
ver que aquele jovem ciclope verde, louco para ser um assustador jamais
alcançaria seu sonho. Mas a maneira como ele descobre suas outras habilidades
(numa cena que não vou descrever aqui), muito melhores do que a de um
assustador, e decide se dedicar a elas mostra um roteiro o tempo todo
preocupado com a questão, mas mais ainda em respeitar seu público garantindo um
desfecho brilhante a trama.
E para aqueles que imaginam que a dupla sairia da faculdade
já como assustadores de sucesso, terá uma surpresa pelo modo como ambos
alcançaram a fama, tendo que começar do zero.
E algo que já até virando um cliché nas minhas críticas da
Pixar de tanto que repito é a qualidade fora do comum de sua direção de arte
aproximando suas animações cada vez mais do mundo real, tamanha perfeição.
Pra quem já assistiu Monstros S.A. e já imagina tudo o que
vai acontecer em Universidade Monstros, sugiro que vá ao cinema o quanto antes,
pois será surpreendido pelo alto nível de seu roteiro e a eterna habilidade da
Pixar em encantar plateias combinando sua arte única em contar histórias com o
melhor da computação gráfica. Vamos esquecer que Carros 2 e Valente existiram e
voltar a admirar nas telas os louros de um estúdio que sou eterno fã. Como é bom
poder dizer isso de novo!
Obs: Como de praxe, antes do longa temos um curta animado do
estúdio: O Guarda-Chuva Azul. Um curta muito bom, mas com um roteiro semelhante ao de Paperman, curta da Disney
vencedor do Oscar, exibido junto com Detona Ralph.