terça-feira, 3 de julho de 2012

Prometheus



Nota: 6

Alien, o Oitavo Passageiro foi sem dúvida um dos melhores filmes de todos os tempos. Ridley Scott conseguiu combinar com maestria ficção científica e terror, além de contar com uma excelente história que deixava em aberto uma série de questões sobre a origem daquelas criaturas bizarras e assassinas. E se de início foi muito gratificante saber que mais de 30 anos depois o mesmo diretor finalmente produziria o filme que em tese responderia essas questões, foi igualmente triste ver um resultado desprezível nas telas.

No prólogo da quadrilogia Alien, um casal de cientistas descobre estudando civilizações antigas, um mapa que sugere que fomos criados por seres de outro planeta. Com isso, partem numa jornada na nave Prometheus até o planeta apontado no mapa para conhecer nossos criadores e questionar o propósito de nossa origem. Porém, quando finalmente chegam ao local, a busca por respostas se torna um pesadelo carregado de medo e morte.

Todas as críticas que li de Prometheus foram idênticas: até sua metade, conta com uma história extremamente inteligente e caminhava para facilmente ser um dos melhores filmes do ano. Contudo, na sua metade final o longa se torna decepcionante, beirando a infantilidade.

E é impossível discordar dos meus colegas. Num filme onde uma cientista (Noomi Rapace – Sherlock Holmes, o Jogo das Sombras) viaja bilhões de quilômetros para se dedicar a uma expedição que busca descobrir nossos criadores e nossas origens, chegam a soar ridículas as respostas que o filme nos conduz, somado ao incompreensível ceticismo da mesma personagem que mesmo diante da verdade da nossa origem ainda insiste em diminuí-la frente a seus princípios religiosos.

Com uma história muito fraca, coube ao elenco excelente salvar o filme. Michael Fassbender (X-Men – Primeira Classe) é sem dúvida o melhor deles, com seu androide cuja frieza é intrigante e ao mesmo tempo medonha, fora seu desejo quase latente de se tornar um humano, ou algo superior a isso. E quem acompanhou a série sabe que os androides tem um papel importante em quase todos os quatro filmes.

Sempre me refiro nas minhas críticas às dificuldades que o cinema americano tem em trabalhar com as mulheres. Basicamente em seus filmes elas têm sempre um desses dois perfis: ou são completamente submissas aos homens, ou são tão duronas que se parecem  com eles. Mas Ridley Scott quebrou com perfeição esse paradigma com Sigourney Weaver em toda a série Alien e repete o feito em Prometheus com suas duas protagonistas: Noomi Rapace e Charlize Theron (Branca de Neve e o Caçador). Ambas conseguem equilibrar suas personagens perfeitamente entre fragilidade e força de espírito.

Além disso, o design de produção não decepciona mantendo a linguagem da série com seus cenários sombrios e imprevisíveis da nave alien em contraste com a nave Prometheus com um excesso de tons brancos e verdes que beiram a insanidade. Tudo isso reforçado por um ótimo uso e execução de seus efeitos especiais, especialmente na cena de abertura onde uma versão evoluída da nossa espécie se sacrifica na Terra para nos dar origem.

Independente dos pontos positivos, e mesmo conseguindo responder uma série de questões sobre toda a série Alien, Prometheus decepciona e muito seus fãs com uma das histórias mais infantis que já vi no cinema, além de mostrar no seu final um proposito muito mais comercial do que artístico.

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