quinta-feira, 5 de abril de 2012

Fúria de Titãs 2





NOTA: 1

Quando assisti ao primeiro Fúria de Titãs, achei um dos piores filmes que vi na vida e pensei que não havia como piorá-lo. Mas para minha infelicidade paguei minha língua e vi o que era ruim se tornar péssimo em Fúria de Titãs 2, fraco sobre todos os aspectos e que faz o que vem se tornando clichê de filme ruim: se ancorar em efeitos especiais.

Em Fúria de Titãs 2, após 10 anos passados da primeira história, Perseu fica viúvo e abandona a oportunidade de viver como um deus para cuidar de seu filho e levar uma vida modesta como pescador. Tudo muda quando seu pai, Zeus, o procura e revela que o antigo deus do tempo, Cronos, está voltando e destruirá todo o mundo. Com os deuses enfraquecidos pela descrença do povo, apenas Perseu pode salvar toda a Grécia.


Embora adote como pano de fundo a mitologia grega, a narrativa em nenhum momento faz real referência a ela. Ao contrário, a corrompe com uma completa distorção do que é realidade, inventando situações e personagens apenas para encaixar uma história medíocre. Qualquer conto mitológico por si só é mais inteligente e interessante do que os dois Fúria de Titãs juntos.

Na verdade a sensação que dá é que o roteiro como um todo serviu apenas para linkar as cenas de ação entupidas de efeitos especiais, que pareciam já estarem idealizadas antes dele ficar pronto. Isso fica claro ao abordar uma narrativa dividida em episódios, ao invés de manter um fluxo contínuo. Temos o episódio em que Perseu volta a ser guerreiro, o episódio da terra de Hefesto, do labirinto e por aí vai. Isso tira das costas da equipe de roteiristas a responsabilidade de criar coerência em tudo e evidencia um trabalho preguiçoso e incompetente, além de gerar uma série de lacunas que abrem um leque de questionamentos: se os deuses morrem mesmo (o que é mentira) por que eles mesmos não mataram Cronos no passado? E se a falta de orações do povo grego enfraqueceu todos os deuses, como Cronos há muito esquecido ainda possuía algum?  E pra piorar é inserido um personagem, o Navegador, que em tese garante o humor da trama com piadas vindas diretamente da Praça É Nossa.

Fúria de Titãs surpreende também em ver atores de excelentes calibre como Liam Neeson (72 Horas) e Ralph Fiennes (Harry Potter) se humilharem na tela para ganhar alguns trocados. Aliás o elenco todo parecia estar em completa falta de sinergia. Quando Perseu encontra Hefesto em nenhum momento eles parecem falar da mesma coisa; e tudo piora quando Hades (Fiennes) se arrepende de seus atos e pede o perdão de Zeus (Neeson), numa cena onde as atuações deixariam qualquer diretor de novela mexicana morrendo de inveja.

E mesmo o tão aguardado momento da libertação de Cronos se mostra decepcionante pela velocidade e aparente facilidade com a qual o monstro é derrotado, deixando claro que a única intenção do diretor Jonathan Liebesman (Batalha de Los Angeles) aqui e em todo o filme era fazer um exercício exibicionista em concepção de efeitos especiais, achando que assim consegue enganar o público e camuflar sua incompetência como diretor.

Fúria de Titãs (os dois), assim como outros títulos como Imortais são filmes desprezíveis e incompetentes com o único objetivo de enriquecer enganado o público, pois nem como história e até mesmo com seus milionários efeitos especiais conseguem levar um trabalho decente ao espectador. Podemos passar sem essa e economizar o ingresso do cinema. Até porque em breve eles com certeza estarão na Sessão da Tarde e afins. 


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