quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Hobbit - Uma Jornada Inesperada


Direção: Peter Jackson
Elenco:  Martin FreemanIan McKellen, Andy Serkis and Richard Armitage

Nota: 9


Depois de 11 anos do lançamento de O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel, numa produção que por si só já renderia um filme, contando com episódios como seu cancelamento, troca de diretores e até greve por maus tratos da equipe técnica, finalmente podemos revisitar o mundo mágico criado por J.R.R. Tolkien pois O Hobbit chega aos cinemas, e permite aos fãs nostálgicos da Terra Média revisitarem aquele mundo revendo personagens como Gandalf, Bilbo e Gollum numa aventura que vai servir de base para os eventos que virão na trilogia estrelada por Frodo e Aragorn.

Os eventos de O Hobbit acontecem 60 anos antes de O Senhor dos Anéis, quando Bilbo ainda era um jovem hobbit que levava uma vida tranquila na sua toca no Condado. Sua vida passa por uma reviravolta quando ele recebe a visita de Gandalf, um mago que o coloca numa aventura, com mais 13 anões (Óin, Glóin, Dori, Ori, Nori, Filli, Killi, Bifur, Bofur, Bombur, Dwalin, Balin e Thorin escudo de Carvalho), para caçarem um poderoso dragão, Smaug, e assim reaver a terra dos seus companheiros anões. Mas durante essa jornada, Bilbo passará por uma série de aventuras enfrentando trolls, orcs e encontrando um misterioso anel de ouro que irá mudar o destino daquele mundo.



O Hobbit coleciona alguns trunfos como a direção competente de Peter Jackson ao conseguir trazer maturidade a uma história que originalmente é infantil. Jackson consegue como ninguém apresentar o sofrimento dos anões por não ter um lar, inserindo uma cena que não constava no livro, explicando o por que eles perderam todo o seu império. Além disso, ele introduz uma série de rimas cinematográficas que fazem ligação direta com a trilogia O Senhor dos Anéis: Bilbo usa o Anel pela primeira vez acidentalmente numa queda muito semelhante a de Frodo em A Sociedade do Anel. Quando o antagonista dessa nova saga, o dragão Smaug, abre os olhos, eles são idênticos ao olho de fogo de Sauron. São pequenos detalhes, mas que levam os fãs a se conectarem diretamente com sua trilogia que já completa uma década.



E o maior trunfo de Jackson, sem dúvida alguma, é filmar toda a história com tecnologia de 48 quadros por segundo, revolucionando o cinema e conferindo um maior realismo às cenas de muito movimento, como as de ação, como nunca foi visto. Um diretor que revolucionou o cinema duas vezes, pois foi ele quem aprimorou em O Senhor dos Anéis a técnica de multiplicar elementos em cena, conseguindo com alguns figurantes criar um exército com milhares de soldado, graças a um software desenvolvido pelo seu estúdio.

Deixando de lado alguns clichês horríveis na mise en scène de algumas cenas, como os anões se levantando pra cantar com Thorin, os mesmos anões rodeando seu rei depois de ouvir sua história (só faltou eles se ajoelharem nessa hora) ou as posições blasé de Galadriel, a trinca de protagonistas (Gandalf, Bilbo e o anão Thorin) estão impecáveis em suas atuações. Mesmo 10 anos depois, Ian McKellen consegue reviver Gandalf com a mesma energia de outrora, indo de a um mero velhinho benevolente a um poderoso mago e guerreiro quando o dever o chama. Martin Freeman cria um Bilbo que é interessante e encantador a cada fala e a cada gesto, não deixando nada a desejar do seu antecessor (ou sucessor?). E novamente, Andy Serkis faz um trabalho brilhante interpretando a criatura recriada digitalmente, Gollum.

Contudo, se Peter Jackson confere alguma maturidade à história, a equipe de roteiristas peca por não conseguir quebrar aquele ritmo quase episódico do livro (um capítulo para o encontro com os trolls, outro na terra dos elfos e por aí vai) minando por várias vezes o ritmo da narrativa. E tudo piora numa atitude que no mínimo desrespeita o espectador ao dividir a história em 3 filmes, uma atitude puramente comercial, pois O Hobbit caberia facilmente num único filme. Isso obrigou a incluir no roteiro cenas completamente inúteis e que até ofuscam como a batalha dos gigantes de pedra em meio a tempestade, além de alongar outras como a reunião na casa de Bilbo.

O 3D também é constantemente prejudicado pelas baixas profundidades de campo aplicadas pela equipe de fotografia. Não se deve aplicar essa técnica em filmes 3D, pois a própria tecnologia já permite ao espectador separar os elementos em planos distintos, sem a necessidade de desfocar ou enfocar qualquer elemento.

Mas defeitos a parte O Hobbit é um filme muito bem vindo, especialmente para aqueles fãs de Senhor dos Anéis como eu, que ficavam horas na fila do cinema pra comprar um ingresso. Vale muito a pena revisitar a Terra Média, seus personagens e ainda poder presenciar uma revolução no cinema.

Obs: Nem todas as salas de cinema estão adaptadas para a nova tecnologia.

Confira o trailer e compartilhe


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

As Melhores Trilogias do Cinema

Fonte: Omelete





O Grande Campeão: O Senhor dos Anéis

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terça-feira, 27 de novembro de 2012

"Casablanca", a história de amor mais famosa do cinema, completa 70 anos



Escrito por Mateo Sancho Cardiel

"Toque outra vez, Sam", "Nós sempre teremos Paris" ou "O mundo está desmoronando e nós nos apaixonamos" - não é preciso dizer mais nada... Há 70 anos era iniciada "uma grande amizade" entre o público de qualquer geração e a história de amor mais famosa do cinema.

O roteiro de "Casablanca" foi escrito durante uma manifestação, a Segunda Guerra Mundial tinha deixado Hollywood sem galãs e Humphrey Bogart havia entrado no elenco do filme de última hora, substituindo ninguém menos que Ronald Reagan.

Ao invés de Ingrid Bergman, os produtores haviam pensando em Hedy Lamarr, enquanto o filme nem sequer seria ambientado no Marrocos, mas em Lisboa.

"Casablanca" nasceu mais como um filme de propaganda política do que como uma história de amor imortal, cujo exotismo seria reconstruído inteiramente nos estúdios. A estação de Paris, por exemplo, foi reciclada de outro filme da Warner, "A Estranha Passageira".

A princípio, o filme teria o mesmo título da obra de teatro na qual se baseava, "Everybody Comes to Rick's" (Todo Mundo Vem ao Rick's), mas essa ideia acabou sendo descartada na tentativa de repetir o mesmo sucesso de "Argélia", rodado três anos antes.

Assim, a tropeços, um dos filmes com mais momentos inesquecíveis e rememorados do cinema era desenvolvido. O fato é que, com três prêmios Oscar conquistados, uma trama cheia de diálogos inesquecíveis, interpretações antológicas de Bogart e Ingrid Bergman (assim como Claude Rains e Peter Lorre em papéis secundários) e uma música de Max Steiner, "Casablanca" entraria para sempre para a eternidade.

Michael Curtiz, diretor de "As Aventuras de Robin Hood" e "A Carga da Brigada Ligeira", foi o inesperado artífice desse milagre, já que o mesmo também não era citado como primeira opção, e sim o mestre do melodrama William Wyler.

No entanto, essa equipe de "suplentes" encontrou tal sinergia que impôs seu "amor" até ofuscar a Marselhesa, que soava já nos créditos iniciais, e a mensagem de oposição aos nazistas em um projeto que começou a ser idealizado apenas um dia depois do ataque japonês contra Pearl Harbor.

Rick e Ilsa, os amantes que o tempo e a História desejarão separar continuamente, davam ao melodrama clássico de Hollywood um adicional de amargura, arrematado com esse final realista tão pouco acostumado na época. Um amor inoportuno, cuja potência já não poderá vencer as adversidades, mas a mera conveniência. Esse foi um duro golpe para a segunda chance e uma vitória para a derrota.

Dado que Paul Henreid e Claude Rains só chegaram mais tarde aos sets de filmagem devido ao excesso de trabalho no filme anterior, a primeira cena filmada por Bogart e Ingrid foi o encontro no piano, mas, desde então, a química já ficou evidente.

Era um casal perfeito dentro da magia do cinema, já que ele teve que subir em caixotes para ganhar os cinco centímetros que a atriz sueca o tirava. Apesar de a canção que os remetiam ao passado se chamar "As Time Goes By", essa cena acabou sendo congelada nas retinas dos cinéfilos.

Tão congelada que tentaram copiá-la em várias ocasiões. Nos anos 40, por exemplo, o filme deveria ganhar uma sequência com Geraldine Fitzgerald no lugar de Ingrid, mas o projeto, então intitulado "Brazzaville", não acabou indo para frente. Woody Allen a homenageou em grande estilo em "Sonhos de um Sedutor", Steven Soderbergh quase a plagiou em "O Segredo de Berlim" e Fernando Trueba fez uma singela referência em "A Menina de Teus Olhos".

No entanto, nenhuma dessas versões foi capaz de repetir a mesma magia do original, que chegou aos cinemas no dia 26 de novembro de 1942 sem grandes expectativas, mas se transformou em um grande clássico mesmo distante de tentar ser uma grande história de amor. Neste caso, assim como na vida, o amor chega quando menos se espera.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Amanhecer - Parte 2




Nota: 4

Somente no seu quinto e último filme, a “saga” Crepúsculo finalmente deixa de ser uma história medíocre e desprezível pra se tornar apenas desprezível. Amanhecer – Parte 2 é sem dúvida o melhor de todos os cinco filmes, mas ser o melhor não necessariamente significa ser bom, ainda mais nessa “saga”.

A grande diferença de Amanhecer - Parte 2 dos seus antecessores é que esse último finalmente tem uma história: o casal Edward e Bella tentando proteger a vida da filha da morte certa nas mãos dos Volturi. Durante quatro filmes vimos apenas uma menina sem personalidade e de autoestima baixa (Bella) se humilhando ora para um vampiro com uma opção sexual questionável (Edward) e ora para um lobisomem que tinha certa dificuldade em ficar de camisa (Jacob). Agora, os Cullen e os Quileutes de fato vivem um drama e se aproximam cada vez mais de um confronto fatídico com os Volturi, adiado por tanto tempo.



Mas essa é uma das poucas melhoras que a “saga” sofreu. Além disso, o trio de protagonistas também melhoram em suas atuações. Lembrando que melhorar está longe de ser bom. Acho que Bella precisava mesmo virar vampira pra ganhar alguma personalidade. Dessa vez, Edward consegue até ser engraçado. E Jacob, além de ficar sem camisa, surpreende se firmando como um perfeito pedófilo, chegando ao cúmulo de perguntar a Edward se pode chama-lo de pai. Que “belo exemplo” não?



Mas fora isso, a “saga” continua fraca sobre os mesmos aspectos. Com efeitos especiais que parecem terem feitos há vinte anos atrás, os lobisomens continuam incrivelmente artificiais. Mas desta vez eles não estão sozinhos, porque igualmente artificial é Renesmee enquanto bebê.

O roteiro continua com os mesmos amadorismos transformando os vampiros numa espécie de X-Men tendo cada um super poder, cruciais na batalha final da história. Mas que preguiça de escrever um livro/roteiro descente inventando esses truques baratos.

Mas nada disso se iguala a autêntica Pegadinha do Malandro que acontece no final do filme, quando finalmente a aliança dos Cullen com os Quileutes enfrentam os Volturi. Tirou toda a chance da “saga” terminar com algum estilo (e sem estas aspas).

Na verdade, há muitos mais problemas para apontar na em Amanhecer – Parte 2. Percebi que tenho certo prazer em criticar a “saga”. Mas maior prazer me dá saber que finalmente... ACABOU!




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Leia também as críticas de:


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

007 – Skyfall



NOTA: 10

Ficha Técnica
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, John Logan
Elenco: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Ralph Fiennes, Albert Finney, Naomie Harris, Ben Winshaw, Bérénice Marlohe

Confesso que não assisti os 23 filmes da série 007. Mas não é necessário assistir a todos pra ter certeza que Skyfall é sem dúvida o melhor deles. Desde a estreia de Daniel Craig (Os Homens que Não Amavam as Mulheres) no papel em Cassino Royale em 2006 já ficava evidente uma preocupação em trazer mais realismo pra franquia, sem esquecer elementos que eternizaram todas as obras anteriores. E em Skyfall essa preocupação atinge seu ápice, com o agente antes imbatível, agora claramente abatido pelo tempo, ainda possuir a classe de ajeitar seu paletó após entrar num trem despedaçado. Como Bruce Wayne no último Batman, James Bond se torna um herói caído, mais fraco, menos hábil, sendo questionado pelo seu próprio governo se ainda está apto para atuar em campo.


Em 007 - Skyfall, numa missão para recuperar uma lista roubada com o nome de todos os agentes secretos infiltrados no MI6 (agência secreta britânica), James Bond é baleado por uma integrante de sua própria corporação e dado como morto. Aproveitando a “morte” para fugir da vida de espião e recomeçar a vida numa pequena ilha, Bond decide retornar a ativa depois de ver o MI6 explodir para apanhar o autor do atentado.

Skyfall é uma combinação de momentos brilhantes, criados por profissionais brilhantes. A cena inicial com uma perseguição eletrizante é digna de toda a trilogia Bourne, e rica ao privilegiar poucos cortes. A cena seguinte é ainda mais interessante, onde nos créditos iniciais, numa viagem surrealista descobrimos como Bond foi salvo após ser baleado e cair num rio. E essas são apenas duas das ótimas cenas que compõem toda a produção.



Além disso, todo o elenco está impecável em suas atuações. Daniel Craig parece nem interpretar Bond de tão natural que está no papel, conseguindo nos detalhes de uma barba por fazer demonstrar a fragilidade de seu personagem. Sem a elegância de seus antecessores, Craig compensa acrescentando a virilidade que faltava ao seu personagem.

E finalmente Craig contracena com um ator de peso para interpretar o antagonista da estória, Javier Bardem. Com um visual de cabelos loiros tingidos (tão exótico como o assassino que viveu em Onde os Fracos Não Tem Vez), é até difícil definir seu personagem, Raoul Silva, como um vilão. Isso porque, longe dos planos megalomaníacos dos antigos inimigos de Bond, Silva tem como único objetivo destruir a MI6, ou melhor, sua líder (Judy Dench) antiga chefe que o deixou para morrer numa missão em que ele atuou no passado. Sempre numa serenidade assustadora, Silva é o responsável pela melhor cena do filme. Sua entrada é um trabalho perfeito do ator, diretor e equipe de fotografia, onde Silva surge pequenino no fundo da tela, contando uma história aparentemente sem importância, e vai crescendo conforme avança em direção a Bond e sua história se mostra tensa e revela os traços de sua personalidade. Raoul Silva é o maior vilão, para o melhor filme.

Além disso, Skyfall conta com locações perfeitas como a ilha abandonada onde Silva vive e a casa no meio do nada onde James Bond foi criado (chamada Skyfall) e serve de palco para desfecho da história, temperada por uma paleta de cores avermelhada representando o conflito de Bond vs Silva como se estivesse acontecendo no próprio inferno. Além disso, essa casa revela traços da vida pessoal de Bond, coisa rara de se acontecer em 007.

Contando com algumas pequenas falhas de roteiro, Skyfall se supera por uma produção redesenhada de forma impecável, recheada com excelentes atuações, deixando o cenário pronto pra um reboot da série em seu próximo filme.

Vale muito a pena assistir ao novo filme de Bond, James Bond.

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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A Queda – As Últimas Horas de Hitler



NOTA: 10

O bom das semanas de poucas estreias nos cinemas é que permitem revisitar e escrever sobre grandes clássicos. Uma oportunidade rara, mas bem vinda. No passado já escrevi sobre O Rei Leão, A Lista de Schindler e Kill Bill. Hoje escrevo sobre um jovem clássico do cinema europeu (2005), A Queda – As Últimas Horas de Hitler.

Na Segunda Guerra Mundial, numa Alemanha quase toda dominada pelo exército soviético, o filme mostra os últimos dias de Hitler isolado em seu bunker, se recusando a fugir e reorganizar seu governo. No seu império outrora implacável, agora decadente, Hitler alterna suas emoções entre a ingenuidade à completa loucura, além de amargar o abandono e traição dos seus generais que o serviam com tanta lealdade.


Bastam os primeiros cinco minutos de A Queda para perceber o quão genial é aquela obra. Cinco candidatas a uma vaga de datilógrafa do próprio Hitler o aguardam para a entrevista. O local é um bunker apertado e cinza. Quando o líder nazista finalmente surge, toda aquela altivez, o ímpeto dos discursos fervorosos declamado por aquele homem imponentemente retratado pelas câmeras da cineasta Riefenstahl, são substituídos por um velho baixo, encurvado, visivelmente cansado e de fala mansa. Quando cumprimenta cada uma das candidatas, se mostra claramente incomodado pelas famosas saudações nazistas. E não bastasse isso, quando a primeira e tensa entrevistada erra a digitação do seu discurso, o füher gentilmente (você não leu errado) sugere que ambos recomecem o trabalho.


Essa é a premissa que o diretor Oliver Hirschbiegel emprega ao longo de toda sua obra. Sem querer inocentar, de forma alguma, o império de terror que foi o nazismo, e muito menos seus agentes, Oliver busca retratar que até mesmo monstros têm sentimentos e fraquezas, e com isso quebrar nossa visão maniqueísta de um mundo imaginário onde reina só a bondade, ou a maldade nas pessoas. É nesse paradoxo que vemos o casal Goebbels mata os próprios filhos com medo de uma Alemanha sem o nazismo; um médico da SS que tenta salvar as vidas ignoradas pelo seu próprio governo; ou mesmo o pai veterano de guerra, que conhece o terror daquele evento, tentando convencer seu filho, ainda uma criança, a deixar o exército alemão e voltar a ter uma infância normal (e com isso ele só cultiva o ódio e desprezo do garoto). Essas e mais uma série de sub tramas impecavelmente bem concebidas só vem pra reforçar ainda mais o trabalho de Oliver.

Não bastasse isso, A Queda ainda conta com uma das atuações mais impressionantes que já vi. Bruno Ganz consegue retratar a fraqueza de seu Hitler até mesmo no detalhe de uma mão trêmula tirando seus óculos. Mais impressionante ainda são suas explosões de fúria repentinas e duradouras, todas voltadas para seus generais traidores e preguiçosos. Numa delas (onde eles desobedecem uma ordem direta de seu líder) enquanto esbraveja, Hitler vai se curvando lentamente, terminando seu movimento numa posição quase fetal, mostrando sua completa vulnerabilidade sobre seus comandados, uma cena realmente tocante que acabou virando paródia no Youtube sobre os mais diversos temas.

Há também o excelente trabalho da montagem que pontua corretamente a trama principal com suas sub tramas, sem deixar nenhuma de lado e sem tirar o ritmo da narrativa.

E por fim, o que é mais impressionante (pelo menos pra mim) em A Queda é ver como Oliver consegue expor tão bem a figura mítica que aquele pequeno homem imprimia em seu povo, mostrando uma sucessão de suicídios de gente de todo o tipo, após o próprio Hitler por fim à sua vida.


Mesmo bem recente, A Queda se mostra uma obra-prima que vai ultrapassar o tempo, quebrando paradigmas, ideias pré-concebidas e mostrando que até mesmo um homem diretamente responsável pela morte de milhões de pessoas pode ter um coração, por mais que duvidem disso. O que de certa forma serve para expressar que a barbárie pode estar dentro de qualquer um de nós. Só a ousadia de Oliver já basta para elevar seu filme a esse status.

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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ted - O filme mais polêmico do ano



Nota: 9

Em Kung Fu Panda, um velho provérbio chinês diz “Às vezes é tentando evitar um problema que acabamos por encontra-lo” e essa é uma frase perfeita para definir o recente episódio em que o deputado Protógenes Queiroz tentou barrar nos cinemas a exibição de Ted, a história da amizade entre um homem e um urso nada convencional. Antes da ação do deputado, Ted tinha tudo para ser um filme com uma bilheteria regular e sem deixar muita marca nos cinemas. Mas, após a tentativa de proibição, Ted registrou um estouro de bilheteria no Brasil fazendo o tiro de Protógenes sair pela culatra. Além disso, o longa é escrito e dirigido por Seth McFarlene, criador da série mundialmente famosa Uma Família da Pesada, carregada de humor ácido. Dessa forma era de se esperar que Ted não seria um conto de fadas.


Na história, John Bennett é uma criança solitária e sem amigos, até ganhar no natal de 1985 um urso de pelúcia do qual que ele batizou de Ted. Seu amor pelo brinquedo era tanto que certo dia ele desejou que ele ganhasse vida, no momento em que uma estrela cadente cortou os céus e...seu desejo foi realizado e Ted além de ganhar vida, se tornou seu amigo inseparável. Hoje, mesmo adultos, Benett e Ted parecem ter ficado presos à juventude, com atitudes que vão de festas ao consumo de drogas. Porém, a amizade de ambos está ameaçada por Lori (Mila Kunis de O Livro de Eli), noiva de John, a qual está disposta a deixar seu noivo caso ele não amadureça e deixe seu amigo urso, que o impede de amadurecer, no passado.

Bastam poucos minutos para perceber o tom ácido de todo o filme, ao ver garotos cristãos espancando um menino judeu porque era natal. Mas isso não é nada perto que vem pela frente. O roteiro de McFarlene está recheado de momentos como esse. O consumo de drogas é presença constante em quase todas as cenas em que Ted está presente. Fora as festas regadas à álcool, uma criança apagada com um soco de Benett (Mark Wahlberg de O Vencedor),as prostitutas e até mesmo um caso de Ted com Norah Jones


Mas apesar de polêmica, atrás de polêmica, Ted é um filme extremamente divertido, especialmente pelo seu protagonista claramente inspirado no Grande Lebowsky de Jeff Bridges. Mas o foco de Mcfarlene não é só fazer piada, mas através de Benett, fazer um retrato da Geração X que mesmo tendo membros chegando próximo dos 40 anos, ainda tem uma forte raiz na juventude. E não há melhor maneira de fazer isso colocando como seu melhor um brinquedo. Dessa forma, Ted é mais um reflexo da personalidade de Benett, do que seu amigo propriamente dito. Num gênero tão cheio de fórmulas e clichês como a comédia, McFarlene consegue inovar na originalidade de seu humor e inteligência crítica.

Por outro lado, o mesmo não acontece com o desenvolvimento da história e a dificuldade do roteirista/diretor de criar boas tramas. Lori e Ted se relacionam perfeitamente bem, sua antipatia pelo urso surge repentinamente numa conversa rápida da moça com personagens irrelevantes. Essa foi a forma que McFarlene encontrou para instaurar algum conflito na excelente relação do triângulo Ted, Benett e Lori. E acrescente a isso Donny, um personagem de olhar sombrio que quer comprar o urso de qualquer forma e é esquecido durante quase todo o filme, até reaparecer no seu fim para sequestrar Ted e assim dar algum clímax (por sinal decepcionante) à história. Mas para uma primeira experiência como diretor num longa metragem, pode-se dizer que McFarlene teve um saldo mais positivo do que negativo.


Negativo mesmo em Ted é a atitude do nosso ilustríssimo deputado Protógenes Queiroz, com sua ação (já revogada) de barrar o filme. Muito mais polêmico do que retratar sexo, drogas e rock and roll é censurar a arte, forma universal de expressão e ferramenta propulsora de mudança. Ademais, vai ao cinema quem quer, e nosso deputado convenceu muita gente a fazer isso.

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domingo, 23 de setembro de 2012

Resident Evil 5: Retribuição


Nota: 2

Quando Resident Evil 4 foi lançado, escrevi aqui que essa era uma franquia da qual não se renovava nunca, inclusive no seu roteiro praticamente idêntico desde o começo, ou seja, quando se assistia a qualquer um dos episódios da série, era o equivalente a assistir a todos. Mas dessa vez... minha opinião não mudou, e seu quinto episódio se mostra idêntico, ou pior que seus antecessores, mostrando como Resident Evil se tornou uma franquia que vem se arrastando para perdurar, cada vez perdendo mais qualidade, se é que já houve alguma.

Em Resident Evil: Retribuição, a heroína Alice (Milla Jovovovich) foi capturada pela corporação Umbrella e aprisionada numa base submarina em plena Sibéria. Numa invasão hacker, ela é libertada e tem apenas duas horas para fugir da base que será explodida após esse período. Mas para isso, Alice vai contar com a ajuda de uma equipe de resgate que conta com caras novas e velhos amigos, enfrentando monstros, zumbis e reencontrando antigos personagens.


O filme começa numa sequencia, que apesar de ter uma plástica excelente, é confusamente apresentada em câmera lenta e em ordem reversa. A cena é uma espécie de ligação com o final do ultimo filme e mostra Alice sendo capturada pela Umbrella. Tudo piora quando logo em seguida, um corte na cena mostra a protagonista num cenário completamente escuro fazendo um resumo dos últimos quatro filmes ao espectador. Abrir um filme com uma cena confusa como aquela para mergulhar num resumo deste só deixa claro o quanto a franquia já se desgastou e o quão pouco impacto ela tem sobre seu público. Resumão da história? Essa é nova pra mim.

E tudo piora, pois a direção assinada por Paul W.S. Anderson (Os Três Mosqueteiros) parece levar a sério a questão da adaptação e transforma seu roteiro num verdadeiro jogo de vídeo game, com fases e chefes. Alice tem que passar por diversos cenários (cada um é uma simulação de uma capital do mundo) e enfrentar em cada um algo como um “chefe” pra seguir adiante.


E, sem me alongar muito, nem mesmo os novos personagens dão alguma graça pra história. O tão querido dos games e esquecido do cinema, o policial Leon, finalmente surge, mas com uma personalidade antipática muito aquém da conhecida dos fãs. E sobre os personagens fica difícil entender 3 coisas: 

1º) Qual era o propósito de uma personagem ser surda, mas pronunciar todas as palavras que seus sinais indicam e o mesmo é feito com quem interage com ela?
2º) Qual o propósito de trazer clones de personagens do primeiro episódio de volta (em especial Michele Rodriguez, fazendo o único personagem que ela faz em qualquer filme)? O público sequer lembrava da sua participação, muito menos sentia sua falta.
3º) Por fim, qual a explicação para o dono da Umbrella (Wesker, aquele que estava sempre de óculos escuros) aparecer vivo após ter explodido no último longa?


Acho que nem mesmo Paul W.S. Anderson sabe a resposta dessas perguntas, uma vez que ele parece ter feito um filme pra uma plateia de zumbis. Talvez isso explique a quase ausência dessas criaturas em Resident Evil: Retribuição. Cuidado com quem estiver sentado do seu lado.

CONFIRA O TRAILER E CLIQUE AQUI PARA LER A CRÍTICA DE RESIDENT EVIL 4


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Os Mercenários 2



NOTA: 8

SINOPSE: Barney Ross e sua equipe de mercenários estão no leste europeu, tentando impedir os planos de Vilain, um terrorista francês que descobriu uma reserva de plutônio da antiga União Soviética e pretende vende-la para fabricação de armas atômicas.

Quando escrevi sobre o primeiro Mercenários há dois anos, um fator que pontuei como um dos piores defeitos do filme era seu excesso de personagens que prejudicava em muito a construção de uma história. Mas, por incrível que pareça, Stallone consegue resolver esse problema fazendo sabe o quê? Colocando ainda mais personagens em Os Mercenários 2.

Não que isso tenha melhorado a história, ao contrário, ela continua tão fraca e previsível quanto a outra, mas pelo menos dessa vez ele consegue cumprir com algumas das expectativas dos fãs de filmes de ação, frustradas no seu antecessor. Agora finalmente vemos Stallone, Schwaznegger e Bruce Willis em ação juntos, além da participação daqueles que ficaram de fora anteriormente. Sim, estou falando de Van Damme e Chuck Norris. E é claro, o banho de sangue gratuito também não falta e até melhora nessa continuação, graças a um trabalho de edição com poucos cortes de cena.

E mesmo carregado de clichês, como ver o próprio Chuck Norris contar uma das famosas “Chuck Norris Facts”, ou mesmo seu personagem que é um lobo solitário, e também Van Damme, o antagonista, se chamar Vilain (vilão em inglês), Stallone cumpre seu papel trazendo às telas ainda mais tiroteio, pancadaria e ação em sua sequencia. Ou seja, pra que se preocupar em fazer uma história decente se o que ele quer é exatamente isso?


Sendo assim, mesmo sendo muito contrário a filmes que fazem lavagem cerebral no público, devo reconhecer que Os Mercenários acaba sendo bom por entregar exatamente o que promete, nem mais, nem menos. Afinal, alguém realmente esperava uma história inteligente aqui?

Mas também não posso deixar de apontar meu desapontamento com o clímax do filme, o confronto final entre Stallone e Van Damme.

Por fim, a razão da nota alta de um filme com diálogos bizarros e um roteiro tão pobre é saber que ninguém esperava ver algo mais melhor do que isso. Sendo assim...sem mais comentários. Só não se esqueçam de levar o colete à prova de balas no cinema.

CONFIRA O TRAILER  E CLIQUE AQUI PARA LER A CRÍTICA DO PRIMEIRO MERCENÁRIOS

domingo, 2 de setembro de 2012

Rock of Ages - O Filme



Nota: 3

Eu particularmente sou um grande fã de musicais. Acho uma maneira excelente de fuga da realidade, fora o requinte das produções com coreografias e músicas de alto nível. E por gostar tanto do gênero me sinto desapontado em dobro por ter desperdiçado duas horas da minha vida assistindo Rock of Ages, um filme que cospe na cara do gênero e não conta nem mesmo com uma trama interessante.

Situada em 1987, Rock of Ages conta a história de Sherrie, uma adolescente que sai do interior para tentar a vida como cantora em Hollywood. Lá ela encontra Drew, um aspirante a roqueiro que trabalha num famoso bar do rock, o Bourbon, agora à beira da falência. Juntos eles formam um casal que por um mal entendido se separam e cada um segue seu caminho atrás do mesmo sonho. O Bourbon também foi o bar que revelou Stacee Jaxx, uma lenda viva do rock em decadência artística e pessoal.

Na verdade não é bem essa a sinopse de Rock of Ages, faltou citar a beata (Catherina Zeta-Jones) que persegue fervorosamente o rock e seus seguidores; seu marido infiel; o empresário gananciosos de Stacee Jaxx; a relação entre o dono do Bourbon (Alec Baldwin) e seu assistente e...ah! A dona de uma boate de strippers descrente dos homens. Muita coisa pra um filme só? SIM. Mas quem liga? O importante é dar um jeito de encaixar o extenso setlist do filme. Tanto faz a história, no fim é tudo Glee mesmo.



Essa é a única sensação que a equipe de roteiristas passa, encontrar estórias que servissem de pretexto para encaixar a seleção de músicas, que é um caso a parte. Até estava tentando levar Rock of Ages a sério, mas quando vi Stacee Jaxx cantando uma música que mesmo sendo composta por Foreigner, fora eternizada de Mariah Carrey, desisti por completo. Impossível levar um filme assim a sério, bem como seus arranjos e mashups (a combinação de duas músicas) juvenis que conseguem destruir qualquer clássico. Além disso, trazem na sua trama principal um casal que só azeda o andamento da história e deixam cada vez mais pop o mundo do rock; e até agora eu não entendi o porque é dada uma atenção tão grande ao medo de palco de Drew se em nenhum momento ele manifesta isso.



Não fosse a atuação de um elenco de peso (e a nota 3 desse texto representa um ponto pra cada um deles), contando com Tom Cruise, Catherina Zeta-Jones e Alec Baldwin, Rock of Ages seria um daqueles fiascos que já iria direto pra Sessão da Tarde.

Embora sem muito nexo um grupo de beatas condenar o Rock em plenos anos 80 (quando isso na verdade aconteceu nos anos 60), Catherina, que canta tão bem que já faturou um Oscar por isso em Chicago, protagoniza o melhor número musical do filme cantando “Hit Me With Your Best Shot”. Baldwin, mesmo sendo transformado pelo roteiro numa espécie de enciclopédia de rock para leigos - porque precisa explicar toda hora que banda canta qual música - é o único a trazer alguma maturidade a um bar que se um dia já foi um templo do rock, hoje lembra mais a balada da próxima temporada de Malhação.

Mas o mérito do longa é sem dúvida de Tom Cruise que traz em sua personagem toda a essência do rock, fazendo uma mistura perfeita do estilo despojado de Axl Rose no seu figurino, maquiagem e atuações no palco (fora as tatuagens incríveis), com o que há de mais depressivo em Kurt Cobain ao expor nos bastidores seus dramas pessoais e seu bloqueio artístico. Uma personagem tão rica quanto Stacee Jaxx só serve para tornar mais pobre um filme que precisa recorrer a cada dez minutos a um macaco amestrado (Hey Man) para provocar algum riso.



Resumindo, se desconsiderar os três atores citados acima, Rock of Ages é um ótimo caso do que não se fazer num musical, além de um completo desperdício. É o tipo de filme que você pode assistir e deixar o cérebro em casa, porque ele não será nem um pouco exigido. Gene Kelly deve estar se revirando no túmulo agora.

CONFIRA O TRAILER


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A Lista de Schindler - um clássico!





Nota: 10

OBS: ESSA CRÍTICA CONTÉM SPOILERS.

Se eu fosse de outro planeta e estivesse de passagem na Terra e um terráqueo me dissesse que nesse mundo já houve um homem que convenceu um país inteiro a desencadear a maior matança que já existiu, condenando uma raça inteira ao extermínio apenas pela subjetividade de considera-los “impuros”, levando milhões de judeus ao limiar do sofrimento e mostrando o quão cruel pode ser o Homem, eu responderia sem hesitar: “Uau, que sinopse! Como chama esse filme?”.

Mas infelizmente não sou de outro mundo, e sei que a ficção mais atroz infelizmente foi a mais dura e fria realidade. E mesmo não tendo vivido durante a Segunda Guerra Mundial, mesmo não sendo judeu ou nazista, sinto vergonha em saber que vivo mundo que foi palco desse espetáculo nefasto. E pensando nisso essa coluna faz uma pausa na crítica dos lançamentos da semana para falar de um filme que soube retratar como ninguém a desolação de um povo frente à brutalidade de seu opressor e indo além, conseguindo dar um rumo otimista onde essa palavra não existia mais. Estou falando de A Lista de Schindler, o melhor filme de Steven Spielberg em minha opinião.


Spielberg (Cavalo de Guerra; As Aventuras de Tintim) na verdade não criou uma obra-prima, mas sim um conjunto de pequenas obras-primas em seu filme, contando com várias cenas memoráveis. O corredor feito de lápides no campo de concentração; a chaminé que soava como um monstro despejando no ar a “neve” que nada mais era do que cinzas de judeus incinerados; a execução de um rabino onde todas as armas falham na hora de mata-lo, além de uma das sequencias mais cruéis já vistas no cinema, o extermínio em massa de judeus nos guetos, comandado por Goeth. Enfim, são tantas cenas desse nível que as quase três horas de filme acabam parecendo pouco tempo para mostrar tudo.


O uso da fotografia em preto e branco é outro trunfo do filme. Além de situar melhor a história com seu tempo também confere uma veracidade muito maior ao terror retratado. Um filme colorido não teria graça nem causaria comoção, pois o tempo todo daria para perceber a artificialidade de cada cena. Além disso, impossibilitaria momentos únicos como a menina de casaco vermelho circulando perdida frente ao extermínio no gueto e uma vela apenas com sua chama em cores, num belo sinal de esperança frente a toda àquela adversidade.

Não bastasse um diretor talentosíssimo, o trabalho do trio de atores principais tornam a narrativa ainda mais interessante, graças as suas atuações espetaculares (e numa das maiores injustiças do Oscar, nenhum dos três recebeu uma estatueta). Liam Neesom (Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge; Fúria de Titãs 2) é impecável na composição de seu Schindler, um playboy oportunista inabalável que vai evoluindo até se tornar num filantropo que encerra sua participação chorando feito criança por não ter conseguindo salvar mais vidas, graças aos seus excessos com luxo, carros e mulheres.


Ben Kingsley (Ilha do Medo; A Invenção de Hugo Cabret) vive um Itzak Steirn que mesmo numa completa situação de submissão tem a coragem constante de encontrar meios de ajudar seu povo e ser duro o bastante para confrontar seu chefe (Schindler), modificando pouco a pouco seu modo de pensar.

E por fim, Ralph Fiennes (Harry Potter; Fúria de Titãs 2) criando um dos maiores vilões que o cinema já viu, Amon Goeth, um general nazista que toda manhã mata alguns judeus de sua sacada, apenas para praticar sua pontaria. E mesmo sendo o símbolo da maldade, Goeth sente uma profunda inveja de Schindler por ver o amigo ser muito superior a ele sem necessitar de nenhum gesto hostil.


Acredito que a grande mensagem que Spielberg passa em seu filme não seja apenas contar uma história de otimismo, mas sim mostrar que para ser um herói não é preciso voar, contar com armas ou uma força descomunal, e muito menos pertencer a um credo ou povo. É preciso apenas o respeito à vida de outro ser humano e o desejo de mudar, não importa a que custo. É disso que os verdadeiros heróis são feitos. 

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