quinta-feira, 1 de novembro de 2012

007 – Skyfall



NOTA: 10

Ficha Técnica
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, John Logan
Elenco: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Ralph Fiennes, Albert Finney, Naomie Harris, Ben Winshaw, Bérénice Marlohe

Confesso que não assisti os 23 filmes da série 007. Mas não é necessário assistir a todos pra ter certeza que Skyfall é sem dúvida o melhor deles. Desde a estreia de Daniel Craig (Os Homens que Não Amavam as Mulheres) no papel em Cassino Royale em 2006 já ficava evidente uma preocupação em trazer mais realismo pra franquia, sem esquecer elementos que eternizaram todas as obras anteriores. E em Skyfall essa preocupação atinge seu ápice, com o agente antes imbatível, agora claramente abatido pelo tempo, ainda possuir a classe de ajeitar seu paletó após entrar num trem despedaçado. Como Bruce Wayne no último Batman, James Bond se torna um herói caído, mais fraco, menos hábil, sendo questionado pelo seu próprio governo se ainda está apto para atuar em campo.


Em 007 - Skyfall, numa missão para recuperar uma lista roubada com o nome de todos os agentes secretos infiltrados no MI6 (agência secreta britânica), James Bond é baleado por uma integrante de sua própria corporação e dado como morto. Aproveitando a “morte” para fugir da vida de espião e recomeçar a vida numa pequena ilha, Bond decide retornar a ativa depois de ver o MI6 explodir para apanhar o autor do atentado.

Skyfall é uma combinação de momentos brilhantes, criados por profissionais brilhantes. A cena inicial com uma perseguição eletrizante é digna de toda a trilogia Bourne, e rica ao privilegiar poucos cortes. A cena seguinte é ainda mais interessante, onde nos créditos iniciais, numa viagem surrealista descobrimos como Bond foi salvo após ser baleado e cair num rio. E essas são apenas duas das ótimas cenas que compõem toda a produção.



Além disso, todo o elenco está impecável em suas atuações. Daniel Craig parece nem interpretar Bond de tão natural que está no papel, conseguindo nos detalhes de uma barba por fazer demonstrar a fragilidade de seu personagem. Sem a elegância de seus antecessores, Craig compensa acrescentando a virilidade que faltava ao seu personagem.

E finalmente Craig contracena com um ator de peso para interpretar o antagonista da estória, Javier Bardem. Com um visual de cabelos loiros tingidos (tão exótico como o assassino que viveu em Onde os Fracos Não Tem Vez), é até difícil definir seu personagem, Raoul Silva, como um vilão. Isso porque, longe dos planos megalomaníacos dos antigos inimigos de Bond, Silva tem como único objetivo destruir a MI6, ou melhor, sua líder (Judy Dench) antiga chefe que o deixou para morrer numa missão em que ele atuou no passado. Sempre numa serenidade assustadora, Silva é o responsável pela melhor cena do filme. Sua entrada é um trabalho perfeito do ator, diretor e equipe de fotografia, onde Silva surge pequenino no fundo da tela, contando uma história aparentemente sem importância, e vai crescendo conforme avança em direção a Bond e sua história se mostra tensa e revela os traços de sua personalidade. Raoul Silva é o maior vilão, para o melhor filme.

Além disso, Skyfall conta com locações perfeitas como a ilha abandonada onde Silva vive e a casa no meio do nada onde James Bond foi criado (chamada Skyfall) e serve de palco para desfecho da história, temperada por uma paleta de cores avermelhada representando o conflito de Bond vs Silva como se estivesse acontecendo no próprio inferno. Além disso, essa casa revela traços da vida pessoal de Bond, coisa rara de se acontecer em 007.

Contando com algumas pequenas falhas de roteiro, Skyfall se supera por uma produção redesenhada de forma impecável, recheada com excelentes atuações, deixando o cenário pronto pra um reboot da série em seu próximo filme.

Vale muito a pena assistir ao novo filme de Bond, James Bond.

CONFIRA O TRAILER


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