sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Os Três Mosqueteiros



NOTA: 5

SINOPSE: No século XVII, a França é um reino abalado, mergulhado numa guerra contra a Espanha e que vê a ameaça de mais uma, contra a Inglaterra, se aproximar. Seu rei, Luís XIII é fraco, jovem e ingênuo, um prato cheio para seu tutor, o Cardeal Richelieu executar seu plano de tomar o reino francês pra si. Mas o jovem monarca tem a seu dispor três corajosos mosqueteiros (Athos, Portos e Aramis) que junto com o audacioso D’Artagnan, pretendem frear os planos do cardeal e salvar a França do desastre iminente.

Há histórias que por uma série de motivos jamais dariam um bom filme. Seja pela falta de ação, pela complexidade dos personagens ou até mesmo pelo seu argumento, elas acabam se limitando apenas às páginas impressas e capas duras. E Os Três Mosqueteiros se encaixa perfeitamente nesse time. Apesar de uma excelente obra literária, as subtramas excessivas e o desfecho nada agradável para os fãs do happy end tornam a história inapta para os cinemas. Mas parece que isso ainda não foi percebido por Hollywood que vem de mais uma de uma série de adaptações do livro e ainda não conseguiu dar vida e sobretudo algo interessante ao público em sua entrega.


A nova versão, com roteiro adaptado assinado por Andrew Davies, cai na mesma armadilha que suas antecessoras trazendo às telas uma história previsível do começo ao fim e situações de extrema pobreza criativa para dar continuidade ao longa. Enquanto em outras versões a sede de vingança de D’Artagnan por Rochefort se dava pelo fato do último ter matado seu pai, nessa a rixa acontece porque ele simplesmente ofendeu seu cavalo (acreditem, é por esse motivo mesmo). Além disso, há um diálogo totalmente contraditório entre ele e Athos no último ato, onde o mosqueteiro aconselha o jovem a lutar por amor quando sua paixão, Constance, estava em perigo. Logo ele que acabara de matar sua antiga amada por muito menos que isso.

O resultado de um roteiro fraco? Encher o filme de efeitos especiais que, embora bem interessantes (especialmente na cena do redemoinho que se forma no canal em Veneza, ou os dirigíveis ingleses) acabam sendo a mesma solução de sempre para maquiar uma história pobre. Mas Os Três Mosqueteiros tem o mérito de fazer uso de excelentes figurinos, especialmente de Milady que servem para mostrar uma inocência e a torna uma assassina ainda mais imprevisível. Além disso, as locações são belíssimas, fazendo uso dos prédios originais da época como o Palácio de Versales, a sede da monarquia.

O mesmo não se pode dizer das atuações fracas de um modo geral e que contam com elenco inconsistente na sua composição. Apenas os antagonistas são representados por atores conhecidos. Em 2009, com o lançamento de Bastardos Inglórios, Cristoph Waltz faz uma das melhores interpretações que vi na vida, vivendo o general Hans Lada que era meigo, gentil e cavalheiro por fora, mas por dentro era um monstro. Esse papel tornou famoso e rendeu o Oscar a um ator até então desconhecido do grande público. Waltz aparentemente prometia ótimas interpretações. O problema é que nos seus três filmes subsequentes (Água para Elefantes, Besouro Verde e Os Três Mosqueteiros) ele interpreta personagens exatamente com o mesmo perfil que seu primeiro, o que faz parecer que assim como Johny Depp ele é limitado a alguns tipos de papéis. A única atuação que realmente merece algum mérito é a Milla Jovovovich, interpretando uma femme fatale em seu melhor estilo. No mais, há apenas personagens clichês como o serviçal bobo e engraçado, o jovem briguento, o rei covarde etc, etc.


Assim como seus antecessores, a nova versão de Os Três Mosqueteiros não surpreende. Talvez o mais interessante seja deixar de tentar adaptar o livro e criar algo totalmente novo, como foi feito em O Homem da Máscara de Ferro, uma ótima trama que envolve os três heróis e boa parte do contexto de seu texto original. Como ficou evidente que teremos uma sequencia, é esperar para ver algo melhor do que seu primeiro episódio e que o roteiro caminhe com as próprias pernas.

 
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