Nota: 6
Alien, o Oitavo Passageiro foi sem dúvida um dos melhores
filmes de todos os tempos. Ridley Scott conseguiu combinar com maestria ficção
científica e terror, além de contar com uma excelente história que deixava em
aberto uma série de questões sobre a origem daquelas criaturas bizarras e
assassinas. E se de início foi muito gratificante saber que mais de 30 anos
depois o mesmo diretor finalmente produziria o filme que em tese responderia
essas questões, foi igualmente triste ver um resultado desprezível nas telas.
No prólogo da quadrilogia Alien, um casal de cientistas
descobre estudando civilizações antigas, um mapa que sugere que fomos criados
por seres de outro planeta. Com isso, partem numa jornada na nave Prometheus
até o planeta apontado no mapa para conhecer nossos criadores e questionar o
propósito de nossa origem. Porém, quando finalmente chegam ao local, a busca por
respostas se torna um pesadelo carregado de medo e morte.
Todas as críticas que li de Prometheus foram idênticas: até
sua metade, conta com uma história extremamente inteligente e caminhava para
facilmente ser um dos melhores filmes do ano. Contudo, na sua metade final o
longa se torna decepcionante, beirando a infantilidade.
E é impossível discordar dos meus colegas. Num filme onde uma
cientista (Noomi Rapace – Sherlock Holmes, o Jogo das Sombras) viaja bilhões de
quilômetros para se dedicar a uma expedição que busca descobrir nossos
criadores e nossas origens, chegam a soar ridículas as respostas que o filme
nos conduz, somado ao incompreensível ceticismo da mesma personagem que mesmo
diante da verdade da nossa origem ainda insiste em diminuí-la frente a seus
princípios religiosos.
Com uma história muito fraca, coube ao elenco excelente
salvar o filme. Michael Fassbender (X-Men – Primeira Classe) é sem dúvida o
melhor deles, com seu androide cuja frieza é intrigante e ao mesmo tempo medonha,
fora seu desejo quase latente de se tornar um humano, ou algo superior a isso.
E quem acompanhou a série sabe que os androides tem um papel importante em
quase todos os quatro filmes.
Sempre me refiro nas minhas críticas às dificuldades que o
cinema americano tem em trabalhar com as mulheres. Basicamente em seus filmes elas
têm sempre um desses dois perfis: ou são completamente submissas aos homens, ou
são tão duronas que se parecem com eles.
Mas Ridley Scott quebrou com perfeição esse paradigma com Sigourney Weaver em
toda a série Alien e repete o feito em Prometheus com suas duas protagonistas:
Noomi Rapace e Charlize Theron (Branca de Neve e o Caçador). Ambas conseguem
equilibrar suas personagens perfeitamente entre fragilidade e força de
espírito.
Além disso, o design de produção não decepciona mantendo a
linguagem da série com seus cenários sombrios e imprevisíveis da nave alien em
contraste com a nave Prometheus com um excesso de tons brancos e verdes que
beiram a insanidade. Tudo isso reforçado por um ótimo uso e execução de seus
efeitos especiais, especialmente na cena de abertura onde uma versão evoluída da
nossa espécie se sacrifica na Terra para nos dar origem.
Independente dos pontos positivos, e mesmo conseguindo
responder uma série de questões sobre toda a série Alien, Prometheus decepciona
e muito seus fãs com uma das histórias mais infantis que já vi no cinema, além
de mostrar no seu final um proposito muito mais comercial do que artístico.
CONFIRA O TRAILER
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