NOTA: 10
O Dia das Crianças está chegando e queira ou não todo mundo acaba sendo um pouco nostálgico nessa época. Quando criança ir ao cinema era um verdadeiro evento pra mim. Não haviam muitas salas próximas, dependia da minha mãe pra ir, então nas poucas vezes que ia era uma experiência memorável, um acontecimento único.
Mas uma dessas vezes foi ainda mais especial. Era 1994, acontecia a Copa do Mundo do tetra e como era férias de julho insisti pra minha mãe me levar pra ver um filme. Quando chegamos lá, fomos assistir O Rei Leão e eu fiquei realmente fascinado por tudo que vi, rindo nas horas boas e chorando nas tristes. Nunca me esqueci de nenhuma cena (um feito se levar em conta que ainda demorariam 12 anos pra ser inventado o YouTube). Mas acima de tudo, a maior contribuição dessa obra prima da Disney na minha vida foi ter feito despertar a paixão pelo cinema e o desejo intenso de fazer parte daquele mundo. Evidentemente que não sabia nada de teoria de cinema naquela época. Foi a magia daquela arte de emocionar e inspirar as pessoas que me motivou.
Sendo assim, não poderia deixar de escrever sua crítica nessa data, especialmente porque ele acaba de ser relançado em DVD e em Blu-Ray. E admito que pela primeira vez serei mais passional do que crítico num texto.
Na savana africana, Mufasa é um rei leão sábio que preserva a paz e o equilíbrio em seu reino. Ele é pai de Simba, um filhote que sonha com o dia em que será rei como o pai e vive criando confusão. Ele é sobrinho de Scar, um astuto e perverso leão que pretende matá-lo para ser o mais próximo na sucessão ao trono. Quando enfim consegue, Simba é exilado e retorna anos depois pra destruir o império de maldade de seu tio e retomar o que é seu.
Um dos pontos mais importantes de O Rei Leão é a incrível capacidade de seu roteiro quase shackesperiano conseguir ser simples e divertido o bastante para as crianças e profundo e reflexivo aos adultos. Ao mesmo tempo que nos comovemos com o árduo caminho trilhado por aquele leãozinho, aprendemos valores simples como a maturidade, o senso de dever e que poder e liderança dependem muito mais de coragem e respeito ao próximo do que mera herança sanguinea ou material, tudo isso na jornada daquele pequeno filhote até se tornar um legítimo rei, permitindo que o ciclo da vida perdure em seu reino e todas as raças possam evoluir e conviver em harmonia.

E não só esse bordão, mas as canções de Elton John (que lhe renderam o Oscar) junto à trilha sonora de Hanz Zimmer criam uma identidade tão forte que basta até o mais leigo dos espectadores ouvir poucas notas para fazer a ligação direta com o filme.

Mesmo 17 anos depois a Disney conseguiu produzir em mim aquele mesmo êxtase, paixão e desejo de pertencer àquele mundo como quando eu tinha apenas 9 anos, e talvez esteja aí minha fascinação por essa arte: mesmo tendo vivido diversas experiências nesse período, passando por várias dores e alegrias, trabalhando e fazendo faculdade, conseguir pelo menos por 90 minutos me sentir uma criança no seu melhor sentido: naquele em que só vemos esperança, alegria e felicidade no mundo. Obrigado Disney e HAKUNA MATATA pra você leitor.
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