quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Thor



Nota: 6


Eu nunca li qualquer quadrinho sobre o herói Thor, na verdade o único contato que tive com o deus foi em livros sobre mitologia nórdica. Digo isso, porque talvez fique um pouco travado para escrever sobre o filme, sem saber exatamente o que de fato tinha a ver com os quadrinhos e o que foi inventado.

E também sempre quando eu assisto uma adaptação e comento com alguém minha opinião, me deparo com a mesma conversa: "É que você não leu o livro (quadrinho no caso), porque o livro é bem melhor." Acho esse um dos argumentos mais sem fundamento para defender uma idéia. Primeiro porque independente da qualidade de um livro, um filme tem que valer por si só e não depender de outros meios pra se fazer entender. Segundo porque no mínimo a essência da história é preservada, e se até nisso um filme é ruim, é porque talvez o problema se extenda ao livro (caso de toda a saga Crepúsculo).

Mas voltando ao assunto...Em Thor, o deus do trovão que habita o mundo de Aasgard está prestes a assumir o reino do pai, Odin, quando numa artimanha de seu irmão Loki, desobedece uma ordem real e como castigo é banido para a Terra, deixando o caminho livre para o irmão assumir o poder.

O problema de Thor não é o filme como um todo, mas sim alguns elementos que o tornam entediante e sobre alguns aspectos beirando ao ridículo.

A começar pelo seu design de produção que cria uma Aasgard que até dói a vista de tão dourada, onde só faltam os habitantes serem feitos de ouro. Soa irreal até mesmo para um mundo de fantasia, sua concepção é brega e de um mal gosto sem par.

Outra coisa que deixa muito a desejar (e com a tecnologia de hoje é um erro grave) são seus efeitos especiais totalmente amadores. E isso é facilmente notado logo de início na cena em que Thor e seus amigos fogem de uma fera num mundo de gelo ou quando já na terra enfrentam o monstro Destruidor, que diga-se de passagem é idêntico ao robô de O Dia Em que a Terra Parou.

E há o desapontamento de haver apenas duas cenas de ação num longa que devia sua existência basicamente a isso. Ainda assim, nas duas a sensação do combate nos é tirada com enquadramentos bastante fechados e cortes constantes.



Mas nem tudo é tristeza. As atuações de um modo geral foram boas, e surpreendeu muito o protagonista na concepção de Thor que embora valente e até um pouco arrogante, não deixa de mostrar um bom coração. E claro, Natalie Portman que está sempre bem, embora seja difícil ela superar sua atuação em Cisne Negro. E gostei muito de Anthony Hopkins que criou um Odin bem ao perfil do rei sábio, porém com uma simplicidade e rapidez de raciocínio que pouco se vê nesse tipo de personagem, a ver pela cena onde o castelo é invadido e num desejo de retaliação de Thor, ele com poucas palavras (poucas mesmo) resolve toda a questão.

Independente de ter ou não sido igual aos quadrinhos, Thor acaba cumprindo sua função como um bom filme de entretenimento e nada mais do que isso. E como foram deixadas pontas para continuações, é aguardar para ver se o que vem pela frente corrigirá as falhas deste primeiro.

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