terça-feira, 16 de agosto de 2011

Smurfs



NOTA: 8


As vezes ser crítico é uma tarefa não muito grata, porque não podemos deixar nossas emoções falar mais alto e devemos analisar um filme sempre de um modo frio. Isso é ruim quando gostamos do que vemos, mas temos que falar mal. Já aconteceu comigo diversas vezes, mas nunca me chateou tanto quanto agora com Smurfs que gostei muito, muito mesmo - um misto de satisfação e nostalgia - mas nem por isso posso deixar de apontar seus pontos negativos que são poucos, mas existem e me impediram de dar um 10 ao longa.

Numa pequena vila medieval escondida no meio da floresta, vivem em casas em forma de cogumelos os Smurfs, criaturinhas azuis do tamanho de três maçãs que vivem em perfeita paz e harmonia, governados pelo sábio e generoso Papai Smurf. Mais longe, na mesma floresta vivem o gato Cruel e o bruxo Gargamel, que tenta de todas as maneiras capturar os Smurfs para utilizá-los numa poção que lhe daria poderes absolutos. Numa de suas tentativas de capturá-los, um portal para a Terra se abre e Papai Smurf e mais cinco de seus filhos (Desastrado, Arrojado, Gênio, Ranzinza e Smurfette) vem parar no nosso mundo e enquanto buscam um modo de voltar pra casa também tem que fugir de Gargamel que nem nesse novo local desistiu de pegá-los.

Vou falar rápido do que achei negativo pra ir logo pro que é interessante.

O mais incômodo foi ver um ótimo e envolvente roteiro no primeiro ato, que basicamente se passava na vila dos Smurfs, se tornar óbvio e nada criativo quando eles chegam a Nova Iorque. Assim que chegam lá eles conhecem um publicitário que é o típico cara bondoso que sofre a pressão de uma chefe exploradora e egoísta. E fica mais óbvio ainda quando no seu ceticismo na criação de uma campanha para um cosmético ele é iluminado por um conselho do Papai Smurf que aposto que você “nunca” viu no cinema: “Você não deve pensar com a cabeça, mas sim com o coração.” É um conselho revolucionário que eu apenas vi em todos os filmes que já passaram na Sessão da Tarde até hoje. Obrigado Papai Smurf, você mudou minha vida.


A parte chata acabou, vamos falar do que é bom. E o que é muito bom e não pode ser deixado de falar são os efeitos especiais que conseguiram reproduzir de forma tão fiel os Smurfs com seu desenho. Me refiro não só ao aspecto físico, como também nos trejeitos de cada um. Além disso seu 3D é ótimo, trabalhando em boa dosagem a profundidade de campo e objetos saindo da tela. Uma tempestade de folhas logo no início do filme parecia vir da poltrona de cada espectador.

Nesse tipo de filme é comum não serem feitas grandes contratações para o elenco. Afinal, para as crianças não faz muita diferença se o protagonista é o Brad Pitt ou o José da Silva. Isso acaba sendo ruim porque as atuações geralmente costumam ser muito fracas. E embora Smurfs também não conte com nenhuma celebridade, é impossível não tirar o chapéu para atuação impecável de Hank Azala como Gargamel, desde a minúcia nos detalhes na construção do personagem, até sua linguagem facial e corporal bem fiéis ao desenho. Achei ele o personagem mais engraçado, especialmente nos dois momentos em que se depara com a fumaça saindo de um bueiro e passa por elas magistralmente, por imaginar que aquilo era a entrada triunfal que todo bruxo merecia.

E eu nunca vi um filme infantil atrair tanta criança grande pro cinema. Na sessão que fui não havia ninguém com menos de 18 anos. É nessas horas que essa arte se mostra tão mágica, permitindo até mesmo que adultos resgatem, mesmo que só por duas horas, as alegrias e os bons momentos da infância. Só por essa razão, Smurf já merece aplauso. Vi e estou louco pra ver de novo. O Ranzinza não quer ver porque ele odeia cinema, os Smurfs, eu, você e tudo o mais.

CONFIRA O TRAILER
 


Nenhum comentário: