quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Capitão América - O Primeiro Vingador



NOTA: 4

Eis que finalmente chega às telas o último filme baseado nos quadrinhos da Marvel (que dentre outros teve Homem de Ferro, Hulk e Thor) antes que o audacioso projeto Os Vingadores – que pretende reunir todos eles num único filme – se concretize em 2012. Porém, embora com toda essa audácia reforçada com um ótimo planejamento de marketing é muito difícil imaginar sua grandiosidade, tendo em vista que de todos esses filmes introdutórios, apenas O Homem de Ferro possa ser considerado bom, muito mais em virtude de seu protagonista Tony Stark (vivido brilhantemente por Robert Downey Jr) do que por qualquer outro aspecto técnico. E Capitão América, o último episódio dessa extensa introdução veio pra reforçar ainda mais essa dúvida. Saí da sala achando de todos os projetos da Marvel no cinema aquele era sem dúvida o pior. Mas daí me lembraram que fizeram Hulk 1 e 2.

Num EUA em plena 2ª Guerra Mundial, Steve Rogers (Chris Evans) é um americano magricela e fraco, mas que mesmo assim não se deixa intimidar pela sua fragilidade e não corre de nenhum perigo. Rejeitado diversas vezes pelo alistamento do exército americano, ele finalmente chama a atenção do cientista militar Dr. Erskine (Stanley Tucci) que o convida para participar de um experimento que potencializaria todas as células de seu corpo, em especial as musculares, através da injeção de um composto químico (alguma relação com anabolizantes?!). Agora o fortão Steve, ou melhor, Capitão América, precisa deter o Caveira Vermelha (Hugo Weaving), um general nazista que pretende dominar o mundo e que sofreu a mesma experiência que seu algoz, embora no seu caso ela não tenha sido tão bem sucedida.

Com um dos piores roteiros que já vi, assinado pela dupla Stephen McFeely e Cristopher Marcus, a história é carregada de elementos dramáticos fraquíssimos, com diálogos ruins, uma frieza nas emoções e a tentativa frustrada de formar um par romântico. Quando Dr. Erskine pergunta a Steve se este estava pronto pra matar nazistas, ele simplesmente responde: “Não quero machucar ninguém.” E se alista mesmo assim. Ora, pra que a insistência em se alistar no exército então? E quando o mundo está prestes a acabar e você só tem uma chance de salvá-lo, o que faz? Bom, o Capitão América preferiu fazer uma pausa para dar um beijo em Peggy, “tudo a ver”. Além disso, há a cena dele fazendo um show patético e constrangedor para arrecadar fundos, feita apenas para render alguns minutos a mais de filme sem acrescentar nada no seu desenvolvimento.

A direção de Joe Johson também é ineficaz, com uma edição que tira quase toda a ação, com sucessivos cortes rápidos e um enquadramento fechado que dificultava a visão dos personagens. Há também questões que ficam sem conclusão. No início, Caveira Vermelha parecia bastante preocupado em saber que havia alguém como ele, daí a determinação em querer eliminá-lo. Mas parece que ele simplesmente abandona o projeto, sem nenhum motivo aparente. Talvez porque ele não tenha notado nenhuma ameaça no herói, uma vez que esse dependia de um exército enorme pra agir.

Mas nem tudo são espinhos! Os efeitos especiais são ótimos, em especial aquele em que coloca Chris Evans num corpo franzino, a mesma tecnologia utilizada em O Curioso Caso de Benjamin Button com Brad Pitt. Os figurinos também estão impecáveis, em especial do Capitão América. Por fim, temos a oportunidade de ver todas as histórias dos filmes anteriores irem se ligando e ficando mais coerentes. Por exemplo, aquela célula de energia que Tony Stark utiliza no peito na verdade vem do planeta de Thor e foi capturada pelo pai dele, Howard Stark, que tem uma importante participação nas proezas do Capitão América.

O saldo positivo de Capitão América é justamente esse fato de amarrar todos os outros filmes no mesmo contexto, já deixando o espectador preparado para Os Vingadores, abrindo mão da necessidade de explicações cansativas e chatas. Agora é esperar até ano que vem pra ver o resultado dessa empreitada e ser otimista. Pois vamos precisar.

IMPORTANTE: Fiquem nos cinemas até o fim dos créditos. Tem um vídeo surpresa interessante.


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