NOTA:
10
SINOPSE: Na
trama, um dublê de Hollywood conhecido apenas como o Motorista (Ryan Gosling), que à noite trabalha como
motorista de fugas para criminosos descobre que há um preço pela sua cabeça
depois que ajudou o namorado ex-presidiário de sua vizinha (Carey Mulligan) em um golpe que acabara mal.
Agora ele precisa proteger a si e sua vizinha que estão sendo caçados pela
máfia local.
O diretor Nicolas Widing conseguiu no seu melhor filme
fazer uma excelente combinação de Quentin Tarantino (Kill Bill), Francis Ford Coppola (Apocalipse Now) e
Martin Scorcese (A Invenção de Hugo Cabret). Drive é uma mistura feliz de Taxi Driver e Os Bons
Companheiros (Scorcese), a serenidade de O Poderoso Chefão (Coppola) e o uso
impactante da violência exacerbada de Tarantino. Tudo isso resultou numa
história que mesmo conduzida tranquilamente, esconde um submundo repleto de
violência e morte, numa espécie de reinvenção do cinema noir.
Além disso, Widing acertadamente dá muito mais espaço à
trama em que vive o Motorista e mesmo fazendo abuso nas cenas violentas (a cena
da ruiva tendo a cabeça estourada é espetacular) as utiliza com agilidade e
cortes secos, para não desviarem o foco da história.
Seu design de produção assinado por Beth Mickle consegue
reproduzir em plena Hollywood atual um ambiente sujo, degradante e depressivo,
assim como a Nova Iorque de Taxi Driver. E a opressão dos ambientes é levada
aos personagens, graças ao ótimo trabalho de fotografia de Newton Thomas Sigel,
que sufocam constantemente os protagonistas nos cantos dos quadros, quase
expulsando-os da tela.
Fora algumas sequencias belíssimas, como o beijo em slow
motion do Motorista em Irene (Carrey Muligan) no elevador quebrada logo em
seguida pela cena que é com certeza a mais violenta de todo o filme.
Mas mesmo o emprego de toda essa técnica não resultaria
num bom trabalho não fosse o roteiro de Hossein Amini, que vai na contramão do
habitual apresentando uma história dos bastidores do crime e não do crime em si; e desconstruindo o mito do herói inabalável transformando o Motorista apenas
num homem que quer viver tranquilamente. A economia de diálogos também
possibilitam que as imagens contem muito mais do que palavras e ajudam a
pontuar a serenidade de quase toda a trama.
E falando em serenidade, como essa caracterísca era
constante em nosso protagonista, sempre calmo, inabalável, um anti-herói que
foge da polícia como se nada de errado estivesse acontecendo e repete a dose
quando é perseguido por outro carro durante o roubo que resultou na sua caçada pela máfia. Em contraponto, suas pequenas, mas intensas explosões de raiva só
fazem aumentar ainda mais o mistério sobre aquele personagem e o que se passa
em sua mente. Uma espetacular atuação de Ryan Gosling (Namorados para Sempre)
quem vem se firmando como um dos maiores nomes de sua geração. E nada poderia
acentuar ainda mais seu personagem como a excelente trilha do Eletric Youth: A Real Hero.
2012 tem sido um ótimo início de ano para o cinema e
Drive só vem pra confirmar isso. Uma pequena obra-prima que juntando uma
narrativa perene, quebrada pelo choque da ação intensa dosada gota a gota, que já é um dos
melhores filmes do ano e vem pra ser um daqueles títulos que facilmente
sobreviverá ao tempo, especialmente àqueles que apreciam um bom filme.
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