sexta-feira, 8 de julho de 2011

Transformers 3 - O Lado Oculto da Lua



NOTA: 4

Sem qualquer sombra de dúvida a franquia Transformers é um verdadeiro fenômeno. Prova disso é que o Transformers 3 teve nesse último final de semana a terceira maior arrecadação da história numa estréia (US$ 372 milhões). Difícil é entender como uma trilogia tão ruim que piora um pouco mais a cada lançamento consiga alcançar tamanho sucesso. E essa cifra do final de semana surpreende pela falta de um mínimo de senso crítico do público, pois Transformers é isento de conteúdo, sendo um daqueles filmes que você desliga o cérebro pra assistir.


Em Transformers 3: O Lado Escuro da Lua, os Autobots, liderados por Optimus Prime, descobrem que os humanos lhes esconderam algo ocorrido no lado oculto da Lua a décadas. Trata-se da queda de uma espaçonave vinda de Cyberton, comandada por Sentinel Prime, que desencadeou a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética na década de 60. Os Autobots resolvem ir à Lua para resgatar o antigo líder, além das cápsulas que ainda estão no local e que quando acionadas podem teletransportar qualquer coisa de qualquer lugar. Paralelamente, Sam (Shia LaBeouf) vive com sua nova namorada, Carly (Rosie Huntington-Whiteley), e está à procura de emprego. Ele sente-se diminuído, já que salvou o planeta duas vezes, mas nada disto parece ajudá-lo a se estabelecer no mercado de trabalho. Pouco depois de enfim conseguir um trabalho, ele descobre uma série de assassinatos de antigos membros da NASA cometidos pelos Decepticons e se vê novamente inserido na missão de salvar o mundo junto aos Autobots antes que seus inimigos consigam reunir todas as cápsulas e assim destruir a Terra.




Mais uma vez dirigido por Michael Bay (Armagedoon, A Rocha), o diretor novamente busca esconder sua incompetência e falta de talento se ancorando em aspectos como uma edição rápida que dificulta a construção da linearidade nas cenas e um exagero no uso de efeitos especiais. Além disso, ele deixa ao longo do filme pontas soltas das quais não há a menor preocupação em resolvê-las de modo plausível, em especial em relação aos robôs de ambos os lados, onde personagens antigos são removidos e novos são inseridos sem nem sabermos quando ou porquê.

O roteiro é assinado por Erhren Kruger (A Chave Mestra, Irmãos Grimm) e traz uma história pobre e confusa que cai em contradição e sub-tramas completamente desnecessárias. Se os Decepticons sempre souberam da existência das cápsulas e da nave perdida na Lua, por que não recorreram a este recurso antes ao invés de esperar serem derrotados duas vezes? E qual o propósito dos Autobots simularem sua partida para retornarem assim que os Decepticons tomassem tudo? Ainda nessa cena Optimus diz “Os humanos precisavam descobrir que os Decepticons não manteriam sua palavra para retornarmos.” Ah ok, então enquanto ninguém se dá conta disso, eles vão deixando os inimigos dominarem tudo?! É isso o que heróis fazem? E ainda por cima os personagens simplesmente desaparecem sem nenhum motivo. Onde estava Optimus quando Sentinel Prime se revela um traidor?

Um diretor ruim, somado a um roteirista ruim só podiam resultar num filme ruim. Mas sobre um aspecto Transformers 3 é muito melhor que seus antecessores e muitos outros filmes de heróis, pois finalmente alguém teve a idéia de reproduzir a violência num tipo de filme como esse de modo plausível e não como naqueles onde um inimigo devasta um planeta e parece que ninguém se fere, num tipo de “violência bem comportada” pra não assustar o público. Agora, finalmente os humanos viram vítimas dos Decepticons que os matam a sangue frio. Os próprios Autobots se tornaram mais agressivos e sedentos de sangue (ou melhor, óleo diesel) e a luta final de Optimus contra Megatron e prova evidente disso.

E embora tenha se tornado uma versão piorada de Peter Parker, Shia LeBouf continua mostrando competência em seu papel de protagonista, mas é Francis McDormand (que interpreta uma agente do governo) quem se destaca, mesmo sendo totalmente secundária para a trama. E há a completa decepção de ver um excelente ator como John Malkovich mal aproveitado, com um personagem (o chefe de Sam) completamente ridículo e desprezível. E Rosie Huntington-Whiteley vem com sua Carly apenas para embelezar as telas e nada mais do que isso.




De forma geral Transformers 3 agrada por finalmente trazer cenas reais de ação, mas continua decepcionando por parecer simplesmente duvidar da inteligência de seu espectador que se avaliar pelo estouro em bilheterias não chega a ser uma dúvida tão latente assim, o que é uma pena, pois é isso que impulsiona os estúdios a fazerem filmes ruins e profissionais incompetentes como Michael Bay garantirem os seus milhões com esse tipo de projeto.

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