Nota: 8
Confesso que nessa semana fiquei com dificuldade pra escrever. E não por falta de opção como vinha acontecendo ultimamente, mas sim porque foram tantas ótimas estréias na última sexta que virou uma tarefa difícil escolher apenas uma.
Confesso que nessa semana fiquei com dificuldade pra escrever. E não por falta de opção como vinha acontecendo ultimamente, mas sim porque foram tantas ótimas estréias na última sexta que virou uma tarefa difícil escolher apenas uma.
Mas trabalho é trabalho, e dentre tudo o que vi o vencedor foi (sem trocadilhos) O Vencedor.
No longa, Mickey Ward (Mark Whalberg) é um boxeador peso-leve que nunca teve grandes chances nos ringues, até que surge uma oportunidade de se reerguer e lutar pelo título. Porém, para vencer, Mickey deve enfrentar fora dos ringues o controle exercido por sua mãe (Melissa Leo) sobre sua carreira e os problemas ligados ao vício em cocaína de seu irmão e treinador Dicky (Christian Bale).
Filmes que contam a história de um rapaz pobre que ama o boxe, mas deve se sacrificar para enfim alcançar a vitória não são nenhuma novidade pra ninguém. Só em Rocky temos 6 contando basicamente a mesma coisa. O que mais chama a atenção em O Vencedor é o relacionamento familiar de Mickey e como sua passividade perante o óbvio controle de uma mãe-empresária e a dependência do treinamento de um irmão viciado o impedem de crescer. A frieza da relação entre eles fica evidente quando em praticamente nenhum momento da narrativa Dicky e Mickey chamam sua mãe de mãe, mas sim pelo seu próprio nome.
A passividade de Mickey fica clara na reunião onde ele pretendia se desligar da família e quem acaba virando sua porta-voz é a namorada, chegando até mesmo a soar ridículo um lutador de boxe ser defendido por uma mulher muito mais frágil do que ele.
O ponto quente de toda a trama é sem qualquer sombra de dúvida as atuações. Amy Adams finalmente se propõe a interpretar papéis mais sérios, sendo uma namorada que embora aparentemente frágil, carrega consigo uma enorme presença de espírito. Melissa Leo interpreta magistralmente uma mãe chantagista, manipuladora e tendenciosa.
Mas o grande destaque é sem qualquer sombra de dúvida Christian Bale. Seu Dicky, ao mesmo tempo que incomoda com sua óbvia decadência e o controle sobre o irmão, comove com um carisma único, quebrando qualquer visão unilateral sobre os dependentes químicos, dos quais estamos acostumados a construir. E como é triste ver ele assistindo a um documentário feito sobre a decadência de atletas viciados no qual ele é o protagonista. E só pelos dois primeiros minutos da trama, Bale já merecia um Oscar.
Porém, por conter uma história previsível e também por sempre interromper as sequencias mais interessantes do longa, ou seja, as lutas, O Vencedor acaba se tornando aquele tipo de filme que agrada muito, mas que com o tempo vai se esquecendo.
Ah! Já ia me esquecendo de um detalhe importante: a história é real, tanto que nos créditos, os verdadeiros Mickey e Dicky aparecem dando um bem humorado depoimento ao público.
Ufa! Tomara que na semana que vem fique mais fácil escolher o filme pra comentar.
Ufa! Tomara que na semana que vem fique mais fácil escolher o filme pra comentar.
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