Direção: Peter Jackson
Elenco: Martin Freeman, Ian McKellen, Andy Serkis and Richard Armitage
Nota: 9
Depois de 11 anos do lançamento de O Senhor dos Anéis – A
Sociedade do Anel, numa produção que por si só já renderia um filme, contando
com episódios como seu cancelamento, troca de diretores e até greve por maus tratos
da equipe técnica, finalmente podemos revisitar o mundo mágico criado por J.R.R. Tolkien pois O Hobbit chega aos cinemas, e permite aos fãs
nostálgicos da Terra Média revisitarem aquele mundo revendo personagens como
Gandalf, Bilbo e Gollum numa aventura que vai servir de base para os eventos
que virão na trilogia estrelada por Frodo e Aragorn.
Os eventos de O Hobbit acontecem 60 anos antes de O Senhor
dos Anéis, quando Bilbo ainda era um jovem hobbit que levava uma vida tranquila
na sua toca no Condado. Sua vida passa por uma reviravolta quando ele recebe a
visita de Gandalf, um mago que o coloca numa aventura, com mais 13 anões (Óin, Glóin, Dori, Ori, Nori, Filli, Killi, Bifur, Bofur, Bombur, Dwalin, Balin e Thorin escudo de Carvalho), para
caçarem um poderoso dragão, Smaug, e assim reaver a terra dos seus companheiros
anões. Mas durante essa jornada, Bilbo passará por uma série de aventuras
enfrentando trolls, orcs e encontrando um misterioso anel de ouro que irá mudar
o destino daquele mundo.
O Hobbit coleciona alguns trunfos como a direção competente
de Peter Jackson ao conseguir trazer maturidade a uma história que
originalmente é infantil. Jackson consegue como ninguém apresentar o sofrimento
dos anões por não ter um lar, inserindo uma cena que não constava no livro,
explicando o por que eles perderam todo o seu império. Além disso, ele introduz
uma série de rimas cinematográficas que fazem ligação direta com a trilogia O
Senhor dos Anéis: Bilbo usa o Anel pela primeira vez acidentalmente numa queda
muito semelhante a de Frodo em A Sociedade do Anel. Quando o antagonista dessa
nova saga, o dragão Smaug, abre os olhos, eles são idênticos ao olho de fogo de
Sauron. São pequenos detalhes, mas que levam os fãs a se conectarem diretamente
com sua trilogia que já completa uma década.
E o maior trunfo de Jackson, sem dúvida alguma, é filmar
toda a história com tecnologia de 48 quadros por segundo, revolucionando o
cinema e conferindo um maior realismo às cenas de muito movimento, como as de
ação, como nunca foi visto. Um diretor que revolucionou o cinema duas vezes,
pois foi ele quem aprimorou em O Senhor dos Anéis a técnica de multiplicar
elementos em cena, conseguindo com alguns figurantes criar um exército com
milhares de soldado, graças a um software desenvolvido pelo seu estúdio.

Contudo, se Peter Jackson confere alguma maturidade à
história, a equipe de roteiristas peca por não conseguir quebrar aquele ritmo
quase episódico do livro (um capítulo para o encontro com os trolls, outro na
terra dos elfos e por aí vai) minando por várias vezes o ritmo da narrativa. E
tudo piora numa atitude que no mínimo desrespeita o espectador ao dividir a história
em 3 filmes, uma atitude puramente comercial, pois O Hobbit caberia facilmente
num único filme. Isso obrigou a incluir no roteiro cenas completamente inúteis
e que até ofuscam como a batalha dos gigantes de pedra em meio a tempestade,
além de alongar outras como a reunião na casa de Bilbo.
O 3D também é constantemente prejudicado pelas baixas profundidades de campo aplicadas pela equipe de fotografia. Não se deve aplicar essa técnica em filmes 3D, pois a própria tecnologia já permite ao espectador separar os elementos em planos distintos, sem a necessidade de desfocar ou enfocar qualquer elemento.
O 3D também é constantemente prejudicado pelas baixas profundidades de campo aplicadas pela equipe de fotografia. Não se deve aplicar essa técnica em filmes 3D, pois a própria tecnologia já permite ao espectador separar os elementos em planos distintos, sem a necessidade de desfocar ou enfocar qualquer elemento.
Mas defeitos a parte O Hobbit é um filme muito bem vindo,
especialmente para aqueles fãs de Senhor dos Anéis como eu, que ficavam horas
na fila do cinema pra comprar um ingresso. Vale muito a pena revisitar a Terra
Média, seus personagens e ainda poder presenciar uma revolução no cinema.
Obs: Nem todas as salas de cinema estão adaptadas para a nova tecnologia.
Confira o trailer e compartilhe