
NOTA: 7
Nos últimos anos, Hollywood abraçou um diretor que trouxe muitas mudanças, pra melhor, no gênero comédia. O humor no cinema até bem pouco tempo era algo previsível, exagerado e tinha sempre as mesmas figuriras marcadas, mas tudo mudou após Todd Phillips começar a ganhar respeito como diretor com verdadeiros sucessos como Starky e Hutch, Escola de Idiotas e o excelente Se Beber Não Case.
E ele repete a dose em Um Parto de Viagem, seu novo filme que estreou na última sexta-feira, estrelado por Robert Downey Jr e Zach Galifanakis.
Na comédia, Downey Jr é Peter Highman, um arquiteto que está numa viagem na costa leste dos EUA planejando o retorno pra casa, na costa oeste, para assistir ao parto de seu primeiro filho. Ele só não contava encontrar no caminho um ator pouco promissor e atrapalhado, Ethan, que o coloca numa cadeia de enrascadas ao longo da viagem.

Com a assinatura clara de Todd, o filme não possui um roteiro muito privilegiado, porém conta com uma originalidade absurda sempre muito presente em seus filmesr. Nada é óbvio, todos os acontecimentos surpreendem e alguns são tão malucos que é até difícil descrever. Num mesmo filme vemos o filho mais novo de uma atraente traficante sendo surrado, um cão se masturbando, cinzas que viram café, o México sendo confundido com Texaco e mil coisas mais que se eu escrever vão dar um nó enorme na cabeça ou tirar toda a graça de assistir.


Embora num desempenho ruim em sua atuação, boa parte do que é prejudicial ao filme sem qualquer sombra de dívida vem de seu roteiro que não evolui muito na trama. Embora cheio de surpresas que farão muitos rir, a história em si é muito pouco trabalhada. Além disso, a primeira frase de Peter já revela seu final aos mais atentos.
Mas independente do roteiro ruim e da atuação idem de Downey Jr, Um Parto de Viagem continua sendo uma obra que vem pra mudar a linguagem das comédias. Os filmes de Todd ainda não são perfeitos e nem possuem uma linguagem única, mas vem sendo ótimos filmes de transição dentro desse gênero quase falido.